A tradução de títulos jornalísticos do francês para o português: re(a)presentações do outro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Barbosa, Leandro Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157197
Resumo: Neste trabalho buscamos demonstrar como os títulos jornalísticos do jornal Le Monde traduzidos pelo portal UOL podem (re)direcionar as interpretações das reportagens, bem como tais traduções podem propagar representações “enviesadas” sobre o outro, ao reforçarem estereótipos e pré-julgamentos dos envolvidos nos fatos noticiados. Com o intuito de elaborar uma reflexão acerca do sujeito e sua relação com mundo globalizado, retomamos os estudos de Hall (2000), de Silva (2000) e de Bauman (2005), chamando atenção para a questão indissociável entre língua e identidade. Na conjuntura pósmoderna, os meios tecnológicos de comunicação deram velocidade não só ao modo como se produz informação, mas também dinamizaram a propagação de conteúdo de toda sorte, na internet, por meio de traduções. No que diz respeito à questão da tradução, nesta pesquisa, apoiamo-nos nos trabalhos de Arrojo (1986; 1996), de Rodrigues (2006; 2008) e de Crépon (2004), para pensarmos o papel da tradução enquanto discurso que sustenta a “prática da diferença”. Com relação à tradução jornalística, discorremos sobre as transformações que tais textos apresentam, transformações motivadas por fatores não só estilísticos, mas também e, principalmente, culturais, políticos, econômicos e ideológicos sobre os quais, na maioria das vezes, o tradutor não tem nenhum controle. Para tanto, destacamos os trabalhos de Guerrero (2004; 2006; 2008), de Zipser e Polchlopek (2009), de Bielsa e Bassnett (2009), de Moreno (2003), entre outros. Evidenciamos em nossa análise a importância dos títulos jornalísticos para a interpretação e a memorização da reportagem, em especial quando se trata de títulos jornalísticos disponibilizados em ambiente digital, em que a circulação de notícia é constante. No que se refere à problemática dos títulos, são referências importantes para esta pesquisa os estudos de Van Dijk (1992/2010), de Guimarães (1993) e de Coracini (1989). Quanto aos elementos constitutivos do discurso midiático, retomamos as ideias de Charaudeau (2015), ressaltando como os recursos linguísticos dos títulos foram traduzidos e, muitas vezes, adicionados à tradução. Partimos do pressuposto que tais procedimentos são colocados em cena a fim de atender às políticas de redação do portal UOL e também (re)direcionar os títulos de acordo com o perfil do leitor brasileiro. Dessa forma, uma nova abordagem dos fatos noticiados é revelada, veiculando sempre outras re(a)presentações dos acontecimentos.
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Na conjuntura pósmoderna, os meios tecnológicos de comunicação deram velocidade não só ao modo como se produz informação, mas também dinamizaram a propagação de conteúdo de toda sorte, na internet, por meio de traduções. No que diz respeito à questão da tradução, nesta pesquisa, apoiamo-nos nos trabalhos de Arrojo (1986; 1996), de Rodrigues (2006; 2008) e de Crépon (2004), para pensarmos o papel da tradução enquanto discurso que sustenta a “prática da diferença”. Com relação à tradução jornalística, discorremos sobre as transformações que tais textos apresentam, transformações motivadas por fatores não só estilísticos, mas também e, principalmente, culturais, políticos, econômicos e ideológicos sobre os quais, na maioria das vezes, o tradutor não tem nenhum controle. Para tanto, destacamos os trabalhos de Guerrero (2004; 2006; 2008), de Zipser e Polchlopek (2009), de Bielsa e Bassnett (2009), de Moreno (2003), entre outros. Evidenciamos em nossa análise a importância dos títulos jornalísticos para a interpretação e a memorização da reportagem, em especial quando se trata de títulos jornalísticos disponibilizados em ambiente digital, em que a circulação de notícia é constante. No que se refere à problemática dos títulos, são referências importantes para esta pesquisa os estudos de Van Dijk (1992/2010), de Guimarães (1993) e de Coracini (1989). Quanto aos elementos constitutivos do discurso midiático, retomamos as ideias de Charaudeau (2015), ressaltando como os recursos linguísticos dos títulos foram traduzidos e, muitas vezes, adicionados à tradução. Partimos do pressuposto que tais procedimentos são colocados em cena a fim de atender às políticas de redação do portal UOL e também (re)direcionar os títulos de acordo com o perfil do leitor brasileiro. Dessa forma, uma nova abordagem dos fatos noticiados é revelada, veiculando sempre outras re(a)presentações dos acontecimentos.This essay aims to demonstrate how the headlines of the Le Monde newspaper translated by the UOL portal can (re)direct the interpretations of the news coverage. Furthermore, such translations may propagate "biased" representations of the ‘other’ by reinforcing stereotypes and pre-concepts of those involved in the facts reported. With the purpose of elaborating a reflection about the subject and its relationship with the world, this essay focuses on the studies of Hall (2000), Silva (2000) and Bauman (2005), drawing attention to the inseparability between language and identity. In this postmodern conjuncture, the technological means of communication accelerated not only how information is produced, but also the dynamics of dissemination of content of all sorts on the internet through translations. With regard to translations, this essay supports the work of Arrojo (1986); Rodrigues (2006, 2008) and Crépon (2004) about the role of translation as a discourse that underpins the "practice of difference". The analysis also focuses on the transformations that these texts present, and how they are motivated by factors not only related to stylistics, but also, and mainly, to cultural, political, economic, and ideological issues that in most cases the translator has no control over. On this matter, the argument is supported by the works of Guerrero (2004; 2006; 2008), Zipser and Polchlopek (2009), Bielsa and Bassnett (2009), Moreno (2003), among others. In the analysis, it is highlighted the importance of the headlines for the interpretation and memorization of the news report, especially for those available online, where the circulation of information is continuous. With regard to the headlines, this essay focuses on the studies of Van Dijk (1992/2010), Guimarães (1993) and Coracini (1989). As for the constitutive elements of the media discourse, the ideas of Charaudeau (2015) are particularly referenced, emphasizing how linguistic resources of the headlines have often been added to the translation. It seems that this practice meets the editorial policy of the UOL portal and also (re)directs the headlines according to the profile of the Brazilian reader. In this way, a new approach of the reported facts is revealed, always showing other (re)presentations of events.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Deângeli, Maria Angélica [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Barbosa, Leandro Pereira2018-10-01T19:06:27Z2018-10-01T19:06:27Z2018-09-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15719700090850433004153069P5porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-24T06:14:06Zoai:repositorio.unesp.br:11449/157197Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462023-12-24T06:14:06Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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