Riqueza e redundância utilitária da assembléia de plantas e animais forrageados para fins medicinais no semiárido do nordeste brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: NASCIMENTO, André Luiz Borba do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Biologia
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Ecologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/5275
Resumo: Plantas e animais são utilizados como importantes recursos medicinais por comunidades rurais em todo o mundo. Seus usos podem implicar em impactos a biodiversidade, no entanto, trabalhos que busquem entender a interação entre esses dois recursos no mesmo sistema médico local são inexistentes. Uma importante ferramenta para esse tipo de investigação é o modelo de redundância utilitária, por permitir avaliar como a riqueza de recursos medicinais é distribuída entre os diferentes alvos terapêuticos, indicando possíveis sobreposições de uso entre plantas e animais, podendo revelar as espécies que poderiam sofrer maior pressão de uso. Esse modelo implica também questões relativas à resiliência, prevendo que alvos terapêuticos com um menor arsenal de espécies, estariam mais vulneráveis a alterações nos sistemas médicos locais como perda de espécies. Nesse contexto, o presente estudo objetiva investigar as relações no uso de plantas e animais medicinais no sistema médico tradicional da comunidade extrativista Horizonte situada na Área de Proteção Ambiental da FLONA Araripe – Apodi, no semiárido do Nordeste brasileiro. Foi encontrado que a maioria dos alvos terapêuticos tratados por animais são sobrepostos, ou seja, também tratados por plantas, sendo esses alvos os que concentram maior riqueza de recursos medicinais. Os alvos que possuem grande acúmulo de espécies em seu tratamento são percebidos como muito frequentes, embora considerados pouco perigosos. Essa tendência semelhante de uso de plantas e animais medicinais pelas pessoas se refletem na formação de um tronco comum de conhecimento bem compartilhado pela comunidade. Além disso, a população considera plantas e animais igualmente efetivos na cura de alvos terapêuticos sobrepostos, no entanto, plantas são mais usadas devido a sua maior disponibilidade. Os dados indicam ainda, que mulheres demonstram conhecer mais sobre os recursos medicinais mais próximos das residências, espaço que as mesmas passam maior tempo devido a sua responsabilidade no cuidado da família, enquanto, que os homens conhecem mais sobre recursos medicinais ligados a floresta, espaço visitado com maior frequência pelos mesmos que são responsáveis por prover o sustento da família, o que os leva a explorar mais essas áreas. Os resultados indicam a existência de padrões gerais relacionados ao uso de recursos medicinais, no qual a otimização energética, percepção de prioridades, espaço ocupado e função social, parecem guiar o uso, a coleta e a divisão do conhecimento de plantas e animais medicinais, atribuindo maior resiliência e adaptabilidade ao sistema médico local.
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Uma importante ferramenta para esse tipo de investigação é o modelo de redundância utilitária, por permitir avaliar como a riqueza de recursos medicinais é distribuída entre os diferentes alvos terapêuticos, indicando possíveis sobreposições de uso entre plantas e animais, podendo revelar as espécies que poderiam sofrer maior pressão de uso. Esse modelo implica também questões relativas à resiliência, prevendo que alvos terapêuticos com um menor arsenal de espécies, estariam mais vulneráveis a alterações nos sistemas médicos locais como perda de espécies. Nesse contexto, o presente estudo objetiva investigar as relações no uso de plantas e animais medicinais no sistema médico tradicional da comunidade extrativista Horizonte situada na Área de Proteção Ambiental da FLONA Araripe – Apodi, no semiárido do Nordeste brasileiro. Foi encontrado que a maioria dos alvos terapêuticos tratados por animais são sobrepostos, ou seja, também tratados por plantas, sendo esses alvos os que concentram maior riqueza de recursos medicinais. Os alvos que possuem grande acúmulo de espécies em seu tratamento são percebidos como muito frequentes, embora considerados pouco perigosos. Essa tendência semelhante de uso de plantas e animais medicinais pelas pessoas se refletem na formação de um tronco comum de conhecimento bem compartilhado pela comunidade. Além disso, a população considera plantas e animais igualmente efetivos na cura de alvos terapêuticos sobrepostos, no entanto, plantas são mais usadas devido a sua maior disponibilidade. Os dados indicam ainda, que mulheres demonstram conhecer mais sobre os recursos medicinais mais próximos das residências, espaço que as mesmas passam maior tempo devido a sua responsabilidade no cuidado da família, enquanto, que os homens conhecem mais sobre recursos medicinais ligados a floresta, espaço visitado com maior frequência pelos mesmos que são responsáveis por prover o sustento da família, o que os leva a explorar mais essas áreas. Os resultados indicam a existência de padrões gerais relacionados ao uso de recursos medicinais, no qual a otimização energética, percepção de prioridades, espaço ocupado e função social, parecem guiar o uso, a coleta e a divisão do conhecimento de plantas e animais medicinais, atribuindo maior resiliência e adaptabilidade ao sistema médico local.Plants and animals are used as important medicinal resources by rural communities worldwide. Its uses can result in impact to biodiversity. However studies that seek to understand the interaction between these two resources in the same local medical system are nonexistent. An important tool for this type of research is the utilitarian redundancy model, because it allows us to evaluate how the richness of medicinal resources is distributed among the different therapeutic targets, indicating possible overlapping of use between plants and animals and revealing species that could suffer a higher use pressure. This model also involves issues related to resilience, predicting that therapeutic targets with a smaller arsenal of species would be more vulnerable to changes in local medical systems. In this context, this study aims to investigate the relationships between the use of medicinal plants and animals and the traditional medical system of Horizonte, which is an extractive community located in the Environmental Protection Area of FLONA Araripe - Apodi in the semiarid region of Northeastern Brazil. We found that most of the therapeutic targets treated by animal substances are overlapped, i.e., are also treated by plant substances, and these targets concentrate most of medicinal resources. They are perceived as very usual, although considered a little dangerous. This similar behavior of people using medicinal plants and animals reflect in the formation of a common core of knowledge, shared by most of the community. Furthermore, the population considers plants and animals equally effective in curing overlapped therapeutic targets. However, plants are used mostly due to their greater availability. The data also indicates that women have more knowledge about medicinal resources closer to their residential area; a space where they spend more time due to their responsibilities in taking care of the families. On the other hand men know more about medicinal resources related to forests; spaces often more visited by them. This occur because they are responsible for supporting their families, fact that leads them to frequently explore these areas. The results indicate the existence of general patterns related to the use of medicinal resources, in which the energy optimization, perceived priorities, spaces occupied and social functions seem to guide the use, collection and the sharing of knowledge of medicinal plants and animals; attributing greater resilience and adaptability to the local medical system.Universidade Federal Rural de PernambucoDepartamento de BiologiaBrasilUFRPEPrograma de Pós-Graduação em EcologiaALBUQUERQUE, Ulysses Paulino deMELO, Joabe Gomes deALVES, Rômulo Romeu da NóbregaARAÚJO, Elcida de LimaALMEIDA, Cecília de Fátima Castelo Branco Rangel deARAÚJO, Thiago Antonio de SousaNASCIMENTO, André Luiz Borba do2016-08-11T12:27:53Z2013-07-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfNASCIMENTO, André Luiz Borba do. Riqueza e redundância utilitária da assembléia de plantas e animais forrageados para fins medicinais no semiárido do nordeste brasileiro. 2013. 77 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Ecologia) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/5275ark:/57462/0013000005xj3porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRPEinstname:Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)instacron:UFRPE2016-08-11T12:27:53Zoai:tede2:tede2/5275Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede/PUBhttp://www.tede2.ufrpe.br:8080/oai/requestbdtd@ufrpe.br ||bdtd@ufrpe.bropendoar:2016-08-11T12:27:53Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)false
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