Governo ético-político de usuários de maconha
Ano de defesa: | 2016 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
|
Departamento: |
Escola de Humanidades
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: | |
Palavras-chave em Inglês: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/5186 |
Resumo: | Esta tese teve por objetivo deslindar aspectos de uma história da subjetividade de usuários de maconha no Brasil mediante descrições e análises de racionalidades e de tecnologias de governo ético e de governo político que conformam diferentes processos de educação mediante a formação de sujeitos. Para tal, realizou-se uma pesquisa empírica que buscou compreender, de um lado, como o uso de maconha foi constituído, no Brasil de início a meados do século XX, enquanto problema pensável e administrável, com a produção, principalmente na psiquiatria e na medicina, de saberes sobre essa droga, seus usos e usuários, o que permitiu um avanço dos controles sociais sobre as práticas de alteração de consciência por meio do uso dessa substância. De outro lado, esta pesquisa visou compreender como esse processo de objetivação de sujeitos e de suas práticas em discursos de verdade se relaciona com os modos pelos quais, neste início de século XXI, consumidores de maconha problematizam e atuam sobre si mesmos e sobre os outros, procurando se constituir como sujeitos de suas práticas de alteração de consciência. A partir de fontes de pesquisa que vão de estudos médicos e psiquiátricos a interações entre usuários de maconha em um fórum virtual na internet, e fazendo uso de ferramentas analíticas elaboradas por Michel Foucault, notadamente a noção de “governamentalidade” entendida como superfície de contato entre o governo de si e o governo dos outros, analisou-se discursos e práticas de controle e autocontrole, identificando-se como racionalidades e tecnologias de governo policial e de governo liberal das condutas de usuários dessa droga incidiram e incidem diferencialmente sobre sujeitos usuários de maconha, tendo em vista, sobretudo, suas posições de “classe” e de “raça”. Os resultados da investigação apontaram, ainda, para uma coexistência de governamentalidades nas formas de gestão do uso de maconha no Brasil: de um lado, problematização e governo policial das condutas de traficantes e usuários pobres; de outro, possibilidades de resistência liberal, de estilização de autocontroles e propugnação de formas de autogoverno por usuários de classes médias e altas. Concluiu-se que o sujeito usuário de maconha foi construído historicamente, no Brasil, entre o início e o meado do século XX, como um sujeito patológico e criminógeno. Tal subjetividade tem sido contestada e reelaborada, principalmente neste início de século XXI, em nosso país, no marco da emergência de racionalidades e tecnologias liberais e neoliberais de governo das condutas, de modo a conformar um sujeito usuário de maconha auto controlado e gestor de si. Essa produção de subjetividade, contudo, se encontra limitada: teoricamente, pela dificuldade de se fundar uma ética em uma ideia de autonomia como pleno controle de si, e, praticamente, pelos profundos recortes e divisões socioeconômicas que caracterizam a sociedade brasileira. |
id |
USIN_720169b55556fe59ca7b9c0109dd815f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/5186 |
network_acronym_str |
USIN |
network_name_str |
Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) |
repository_id_str |
|
spelling |
2016-04-18T17:43:22Z2016-04-18T17:43:22Z2016-02-29Submitted by Silvana Teresinha Dornelles Studzinski (sstudzinski) on 2016-04-18T17:43:22Z No. of bitstreams: 1 Tiago Magalhães Ribeiro_.pdf: 3568423 bytes, checksum: 3b3c01923a2e97d9add6452ea85ceb79 (MD5)Made available in DSpace on 2016-04-18T17:43:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tiago Magalhães Ribeiro_.pdf: 3568423 bytes, checksum: 3b3c01923a2e97d9add6452ea85ceb79 (MD5) Previous issue date: 2016-02-29Esta tese teve por objetivo deslindar aspectos de uma história da subjetividade de usuários de maconha no Brasil mediante descrições e análises de racionalidades e de tecnologias de governo ético e de governo político que conformam diferentes processos de educação mediante a formação de sujeitos. Para tal, realizou-se uma pesquisa empírica que buscou compreender, de um lado, como o uso de maconha foi constituído, no Brasil de início a meados do século XX, enquanto problema pensável e administrável, com a produção, principalmente na psiquiatria e na medicina, de saberes sobre essa droga, seus usos e usuários, o que permitiu um avanço dos controles sociais sobre as práticas de alteração de consciência por meio do uso dessa substância. De outro lado, esta pesquisa visou compreender como esse processo de objetivação de sujeitos e de suas práticas em discursos de verdade se relaciona com os modos pelos quais, neste início de século XXI, consumidores de maconha problematizam e atuam sobre si mesmos e sobre os outros, procurando se constituir como sujeitos de suas práticas de alteração de consciência. A partir de fontes de pesquisa que vão de estudos médicos e psiquiátricos a interações entre usuários de maconha em um fórum virtual na internet, e fazendo uso de ferramentas analíticas elaboradas por Michel Foucault, notadamente a noção de “governamentalidade” entendida como superfície de contato entre o governo de si e o governo dos outros, analisou-se discursos e práticas de controle e autocontrole, identificando-se como racionalidades e tecnologias de governo policial e de governo liberal das condutas de usuários dessa droga incidiram e incidem diferencialmente sobre sujeitos usuários de maconha, tendo em vista, sobretudo, suas posições de “classe” e de “raça”. Os resultados da investigação apontaram, ainda, para uma coexistência de governamentalidades nas formas de gestão do uso de maconha no Brasil: de um lado, problematização e governo policial das condutas de traficantes e usuários pobres; de outro, possibilidades de resistência liberal, de estilização de autocontroles e propugnação de formas de autogoverno por usuários de classes médias e altas. Concluiu-se que o sujeito usuário de maconha foi construído historicamente, no Brasil, entre o início e o meado do século XX, como um sujeito patológico e criminógeno. Tal subjetividade tem sido contestada e reelaborada, principalmente neste início de século XXI, em nosso país, no marco da emergência de racionalidades e tecnologias liberais e neoliberais de governo das condutas, de modo a conformar um sujeito usuário de maconha auto controlado e gestor de si. Essa produção de subjetividade, contudo, se encontra limitada: teoricamente, pela dificuldade de se fundar uma ética em uma ideia de autonomia como pleno controle de si, e, praticamente, pelos profundos recortes e divisões socioeconômicas que caracterizam a sociedade brasileira.This thesis aims to investigate aspects of a history of subjectivity of marijuana users in Brazil by means of descriptions and analyses of rationalities and technologies of both ethical government and political government which ones conform different processes of education by means of formation of subjects. In order to do that, an empirical research was carried out to understand, on the one hand, how the use of marijuana was constituted in Brazil from the beginning to the middle of the 20th century as a thinkable and manageable problem, with the production of knowledges about this drug, particularly in the fields of psychiatry and medicine, thus leading to the advancement of social controls over the practices of alteration of consciousness with the use of that substance. On the other hand, this research aims to understand how such process of objectivation of subjects and their practices in discourses of truth is related to the ways through which, in the beginning of the 21st century, marijuana consumers problematize and act on themselves and the others in an attempt to constitute themselves as subjects of their practices of alteration of consciousness. From research sources ranging from medical and psychiatric studies to interactions between marijuana users in a virtual forum on internet, and by using analytical tools designed by Michel Foucault, particularly the notion of ‘governmentality’, understood as a surface of contact between the government of the self and the government of the others, discourses and practices of control and self-control have been analyzed, enabling the identification of the ways in which rationalities and technologies of police government and liberal government of the conducts of marijuana users differently affected and still affect those subjects, especially considering their class and race positions. The results of the investigation have also pointed out the coexistence of governmentalities in the form of management of marijuana use in Brazil: on the one hand, problematization and police government of the conducts of drug dealers and poor users; on the other hand, possibilities of liberal resistance, stylization of self-controls and defense of forms of self-government by middle and upper class users. It has been concluded that the marijuana user was historically produced in Brazil between the beginning and the middle of the 20th century as a pathological and criminal subject. Such subjectivity has been challenged and reconstructed in our country, especially in the beginning of the 21st century, with the emergence of liberal and neoliberal rationalities and technologies of government of conducts, thus modeling a self-controlled, self-manager marijuana user subject. This production of subjectivity, however, is limited: theoretically, due to the difficulty to found an ethics on the idea of autonomy as total control of the self and, in practice, because of the deep socioeconomic cuts and divisions that characterize the Brazilian society.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorRibeiro, Tiago Magalhãeshttp://lattes.cnpq.br/0019318491175632http://lattes.cnpq.br/2961121430255733Fabris, Eli Terezinha HennUniversidade do Vale do Rio dos SinosPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoUnisinosBrasilEscola de HumanidadesGoverno ético-político de usuários de maconhaACCNPQ::Ciências Humanas::EducaçãoDrogasmaconhagovernamentalidadeeducaçãoprocessos de subjetivaçãoDrugsmarijuanagovernmentalityeducationprocesses of subjectivationinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/5186info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSORIGINALTiago Magalhães Ribeiro_.pdfTiago Magalhães Ribeiro_.pdfapplication/pdf3568423http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/5186/1/Tiago+Magalh%C3%A3es+Ribeiro_.pdf3b3c01923a2e97d9add6452ea85ceb79MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82175http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/5186/2/license.txt320e21f23402402ac4988605e1edd177MD52UNISINOS/51862016-04-18 14:45:53.493oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/5186Ck5PVEE6IENPTE9RVUUgQVFVSSBBIFNVQSBQUsOTUFJJQSBMSUNFTsOHQQoKRXN0YSBsaWNlbsOnYSBkZSBleGVtcGxvIMOpIGZvcm5lY2lkYSBhcGVuYXMgcGFyYSBmaW5zIGluZm9ybWF0aXZvcy4KCkxpY2Vuw6dhIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgdm9jw6ogKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIMOgIApVbml2ZXJzaWRhZGUgZG8gVmFsZSBkbyBSaW8gZG9zIFNpbm9zIChVTklTSU5PUykgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsICB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSwgZS9vdSAKZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLDtG5pY28gZSAKZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyAKcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIFNpZ2xhIGRlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBwb2RlIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgYSBzdWEgdGVzZSBvdSAKZGlzc2VydGHDp8OjbyBwYXJhIGZpbnMgZGUgc2VndXJhbsOnYSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IApjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogCmRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciDDoCBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgCm9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSAKaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBURVNFIE9VIERJU1NFUlRBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgCkFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTyBRVUUgTsODTyBTRUpBIEEgU0lHTEEgREUgClVOSVZFUlNJREFERSwgVk9Dw4ogREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTw4NPIENPTU8gClRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKQSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyIGNsYXJhbWVudGUgbyBzZXUgbm9tZSAocykgb3UgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIApkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbywgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBhbMOpbSBkYXF1ZWxhcyAKY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KBiblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.repositorio.jesuita.org.br/oai/requestopendoar:2016-04-18T17:45:53Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Governo ético-político de usuários de maconha |
title |
Governo ético-político de usuários de maconha |
spellingShingle |
Governo ético-político de usuários de maconha Ribeiro, Tiago Magalhães ACCNPQ::Ciências Humanas::Educação Drogas maconha governamentalidade educação processos de subjetivação Drugs marijuana governmentality education processes of subjectivation |
title_short |
Governo ético-político de usuários de maconha |
title_full |
Governo ético-político de usuários de maconha |
title_fullStr |
Governo ético-político de usuários de maconha |
title_full_unstemmed |
Governo ético-político de usuários de maconha |
title_sort |
Governo ético-político de usuários de maconha |
author |
Ribeiro, Tiago Magalhães |
author_facet |
Ribeiro, Tiago Magalhães |
author_role |
author |
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/0019318491175632 |
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/2961121430255733 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Ribeiro, Tiago Magalhães |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Fabris, Eli Terezinha Henn |
contributor_str_mv |
Fabris, Eli Terezinha Henn |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
ACCNPQ::Ciências Humanas::Educação |
topic |
ACCNPQ::Ciências Humanas::Educação Drogas maconha governamentalidade educação processos de subjetivação Drugs marijuana governmentality education processes of subjectivation |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Drogas maconha governamentalidade educação processos de subjetivação |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Drugs marijuana governmentality education processes of subjectivation |
description |
Esta tese teve por objetivo deslindar aspectos de uma história da subjetividade de usuários de maconha no Brasil mediante descrições e análises de racionalidades e de tecnologias de governo ético e de governo político que conformam diferentes processos de educação mediante a formação de sujeitos. Para tal, realizou-se uma pesquisa empírica que buscou compreender, de um lado, como o uso de maconha foi constituído, no Brasil de início a meados do século XX, enquanto problema pensável e administrável, com a produção, principalmente na psiquiatria e na medicina, de saberes sobre essa droga, seus usos e usuários, o que permitiu um avanço dos controles sociais sobre as práticas de alteração de consciência por meio do uso dessa substância. De outro lado, esta pesquisa visou compreender como esse processo de objetivação de sujeitos e de suas práticas em discursos de verdade se relaciona com os modos pelos quais, neste início de século XXI, consumidores de maconha problematizam e atuam sobre si mesmos e sobre os outros, procurando se constituir como sujeitos de suas práticas de alteração de consciência. A partir de fontes de pesquisa que vão de estudos médicos e psiquiátricos a interações entre usuários de maconha em um fórum virtual na internet, e fazendo uso de ferramentas analíticas elaboradas por Michel Foucault, notadamente a noção de “governamentalidade” entendida como superfície de contato entre o governo de si e o governo dos outros, analisou-se discursos e práticas de controle e autocontrole, identificando-se como racionalidades e tecnologias de governo policial e de governo liberal das condutas de usuários dessa droga incidiram e incidem diferencialmente sobre sujeitos usuários de maconha, tendo em vista, sobretudo, suas posições de “classe” e de “raça”. Os resultados da investigação apontaram, ainda, para uma coexistência de governamentalidades nas formas de gestão do uso de maconha no Brasil: de um lado, problematização e governo policial das condutas de traficantes e usuários pobres; de outro, possibilidades de resistência liberal, de estilização de autocontroles e propugnação de formas de autogoverno por usuários de classes médias e altas. Concluiu-se que o sujeito usuário de maconha foi construído historicamente, no Brasil, entre o início e o meado do século XX, como um sujeito patológico e criminógeno. Tal subjetividade tem sido contestada e reelaborada, principalmente neste início de século XXI, em nosso país, no marco da emergência de racionalidades e tecnologias liberais e neoliberais de governo das condutas, de modo a conformar um sujeito usuário de maconha auto controlado e gestor de si. Essa produção de subjetividade, contudo, se encontra limitada: teoricamente, pela dificuldade de se fundar uma ética em uma ideia de autonomia como pleno controle de si, e, praticamente, pelos profundos recortes e divisões socioeconômicas que caracterizam a sociedade brasileira. |
publishDate |
2016 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2016-04-18T17:43:22Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2016-04-18T17:43:22Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2016-02-29 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/5186 |
url |
http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/5186 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Educação |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
Unisinos |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
Escola de Humanidades |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) instacron:UNISINOS |
instname_str |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) |
instacron_str |
UNISINOS |
institution |
UNISINOS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) |
collection |
Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/5186/1/Tiago+Magalh%C3%A3es+Ribeiro_.pdf http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/5186/2/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
3b3c01923a2e97d9add6452ea85ceb79 320e21f23402402ac4988605e1edd177 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1797220879608840192 |