O ensino de física com as mãos: libras, bilinguismo e inclusão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Jucivagno Francisco Cambuhy Silva
Orientador(a): Roseli Cecilia Rocha de Carvalho Baumel
Banca de defesa: Cristina Broglia Feitosa de Lacerda, Alberto Villani
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Ensino de Ciências
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: https://doi.org/10.11606/D.81.2013.tde-08032013-091813
Resumo: O ensino para alunos surdos é um desafio que as políticas públicas vêm delegando a pesquisadores e professores no inicio desse século XXI. Diversas iniciativas e estudos estão sendo realizados, no sentido de tornar efetiva a aprendizagem desses alunos e sua inclusão social, sendo que os resultados preliminares indicam a complexidade da questão. Inserindo-se nesse quadro, este trabalho procurou investigar as dificuldades, possíveis estratégias de ensino e desafios a serem vencidos por professores de Física que almejem ensinar para esses alunos surdos, discutindo, também, o papel da Língua Brasileira de Sinais na construção de conceitos em Física. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa, de cunho etnográfico, com a presença do pesquisador em diferentes contextos escolares, envolvendo alunos surdos, no período de 2010 e 2011. Foram utilizadas diversas formas de coleta de dados, incluindo entrevistas, gravações, relatos e diários de bordo. A análise baseou-se na caracterização e comparação de três situações escolares diferentes, sendo uma escola regular (sem intérprete) e uma escola inclusiva, ambas da rede pública do Estado de São Paulo, e, ainda, uma terceira escola, bilíngue, também em São Paulo, mas da rede particular. Foram caracterizadas as interações professor-aluno, o papel do professor e do intérprete, além das dificuldades em situações de aprendizagem. Nossos resultados apontaram questões estruturais da própria organização escolar e das dificuldades envolvendo a ação dos intérpretes, demonstrando que os professores de Física, mesmo quando buscam algum domínio de Libras, não estão preparados para compreender e lidar com toda a cultura dos surdos, que extrapola o domínio disciplinar específico. Da mesma forma, também as dificuldades de aprendizagem de conceitos físicos vão além da simples questão de criação de vocabulário correspondente em Libras, mas envolvem a forma específica da própria construção de conceitos e do raciocínio físico nessa cultura. Foram, portanto, identificados diversos aspectos limitantes que estão enraizados nas próprias políticas para esse setor, e que requerem revisão e reflexão, especialmente no que diz respeito tanto à organização escolar, como ao preparo dos professores e à compreensão do próprio processo de construção do conhecimento físico. Esperamos poder contribuir para o aprimoramento das ações referentes ao aprendizado e à inclusão de alunos surdos.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis O ensino de física com as mãos: libras, bilinguismo e inclusão Teaching Physics with hands: Libras bilinguismo and Inclusion 2013-02-01Roseli Cecilia Rocha de Carvalho BaumelCristina Broglia Feitosa de LacerdaAlberto VillaniJucivagno Francisco Cambuhy SilvaUniversidade de São PauloEnsino de CiênciasUSPBR Bilinguism and Inclusion Bilinguismo Educação para surdos Ensino de Física Inclusão Libras Libras Physics teacher O ensino para alunos surdos é um desafio que as políticas públicas vêm delegando a pesquisadores e professores no inicio desse século XXI. Diversas iniciativas e estudos estão sendo realizados, no sentido de tornar efetiva a aprendizagem desses alunos e sua inclusão social, sendo que os resultados preliminares indicam a complexidade da questão. Inserindo-se nesse quadro, este trabalho procurou investigar as dificuldades, possíveis estratégias de ensino e desafios a serem vencidos por professores de Física que almejem ensinar para esses alunos surdos, discutindo, também, o papel da Língua Brasileira de Sinais na construção de conceitos em Física. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa, de cunho etnográfico, com a presença do pesquisador em diferentes contextos escolares, envolvendo alunos surdos, no período de 2010 e 2011. Foram utilizadas diversas formas de coleta de dados, incluindo entrevistas, gravações, relatos e diários de bordo. A análise baseou-se na caracterização e comparação de três situações escolares diferentes, sendo uma escola regular (sem intérprete) e uma escola inclusiva, ambas da rede pública do Estado de São Paulo, e, ainda, uma terceira escola, bilíngue, também em São Paulo, mas da rede particular. Foram caracterizadas as interações professor-aluno, o papel do professor e do intérprete, além das dificuldades em situações de aprendizagem. Nossos resultados apontaram questões estruturais da própria organização escolar e das dificuldades envolvendo a ação dos intérpretes, demonstrando que os professores de Física, mesmo quando buscam algum domínio de Libras, não estão preparados para compreender e lidar com toda a cultura dos surdos, que extrapola o domínio disciplinar específico. Da mesma forma, também as dificuldades de aprendizagem de conceitos físicos vão além da simples questão de criação de vocabulário correspondente em Libras, mas envolvem a forma específica da própria construção de conceitos e do raciocínio físico nessa cultura. Foram, portanto, identificados diversos aspectos limitantes que estão enraizados nas próprias políticas para esse setor, e que requerem revisão e reflexão, especialmente no que diz respeito tanto à organização escolar, como ao preparo dos professores e à compreensão do próprio processo de construção do conhecimento físico. Esperamos poder contribuir para o aprimoramento das ações referentes ao aprendizado e à inclusão de alunos surdos. In the last years a great deal of attention has been devoted to deaf education in both research fields and education policies. Preliminary results from these actions indicate the specificity and complexity of this theme. To introduce ourselves in the field, the present work proposes to investigate the difficulties, strategies and challenges for teaching Physics to this student group. This includes discussions about the signals concerning physics concepts as well as their construction. With this purpose, it was developed a qualitative research, with ethnography approach, based on the researcher presence in different school situations involving deaf, during 2010 and 2011. Data were obtained through interviews, videos and reports, involving different protagonists. The analyses were based in the characterization and confrontation of three different school situations: a regular school (without interpreter), an inclusive school (with interpreter) and a billinguist school. In all situations, it were investigated the interaction student-teacher, the role of teachers and interpreters, as well as the difficulties in the learning process in high school physics. Our results indicated the existence of restrictive factors within the policies trends, of different natures, concerning, for instance, the school organization, the teacher formation to deal with these kinds of problems and the lack of knowledge about how physics concept are constructed by deaf students. We hope this reflection could contribute to the improvement of actions in deaf education and their social inclusion. https://doi.org/10.11606/D.81.2013.tde-08032013-091813info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:26:43Zoai:teses.usp.br:tde-08032013-091813Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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