Aprendiz de samba: oralidade, corporalidade e as estruturas do ritmo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Arildo Colares dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-22022019-145645/
Resumo: Nesta Dissertação exponho reflexões de mais de trinta anos de experimentação de processos de ensino e aprendizagem de ritmos populares. Utilizo o recurso da autoetnografia (Benetti 2017), e o conceito de \"participante analítico\". Ao estudar o samba como exemplo, proponho abordagens da rítmica dos seus instrumentos de percussão em sala de aula - ambiente novo para a transmissão dos conhecimentos ancestrais das expressões culturais populares. E transponho práticas dos contextos populares para o ambiente acadêmico, tais como a oralidade, a corporalidade e o entendimento das funções exercidas pelos padrões na estrutura rítmica do samba. O foco inicial do trabalho é a ludicidade (Huizinga 1938) como geradora da motivação para a abordagem de conteúdos musicais e corporais. Como estratégia de aprendizagem do samba, o texto propõe o uso de processos para a memorização dos padrões rítmicos (Kubik 1979b) e apresenta proposta de representação vocal dos instrumentos de percussão do samba. Os sons da voz e, depois, dos instrumentos de percussão, deverão gerar movimento no corpo do aprendiz, acessando assim a música-dança de modo transdisciplinar, importante para a apreensão integradora dos ritmos populares, onde o som é \"escrito\" nos corpos (Lühning 2001). Outra reflexão apresentada é de análise da estrutura de funções dos padrões rítmicos (\"levadas\") e suas influências em percepções verticais (pulsos corporais), e horizontais (fraseados). Emprego conceitos de Nketia (1975), Kubik (1979b), Pinto (2001), Sandroni (2001), Mukuna (2006), Fonseca (2017) e Leite (2017). O trabalho propõe a inclusão de visão transcultural dos ritmos populares (Ikeda 2016) em sua abordagem educacional, abrindo-se o foco para a amplitude da ocorrência do samba nos contextos. De ambientes matriciais da cultura brasileira, representados pelas religiões de matriz africana, e das versões rurais e praieiras do samba de roda, até as vertentes urbanas do samba, cujos praticantes referenciais \"beberam\" das fontes tradicionais. Para atestar as semelhanças e especificidades, inclui-se grades rítmicas desses três contextos culturais do ritmo.
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