Brasileiro, branco: a fronteira da branquitude no Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Alves, Benno Victor Warken
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-16102019-150931/
Resumo: No pós-guerra, enquanto a democracia racial consolidava-se como ideologia nacional, emergia no sul do Brasil uma ideologia alternativa, fundada na branquitude. Na tese, examino sua construção tomando por objeto as comemorações do Centenário do Paraná, em 1953. Em torno àqueles eventos, analiso a crise que obrigou representantes da classe dominante luso-brasileira a reformular as relações de sua região com a nação; as razões e os meios por que promoveram a transformação dos grupos imigrantes em etnias formadoras do Paraná, ao mesmo tempo em que marginalizavam os negros organizados e os indígenas; a performance desenvolvida pelos imigrantes, sobretudo poloneses, ucranianos, japoneses e alemães, para marcar suas posições como brasileiros étnicos; e o novo consenso sobre raça e região surgido da convergência de interesses entre lusobrasileiros e imigrantes. Argumento que, ao contrário da democracia racial, que se baseava num pacto político assimétrico entre brasileiros brancos e negros, resultando numa concepção mestiça de nação, o consenso sulista baseava-se num pacto entre lusobrasileiros e brasileiros étnicos, resultando na concepção de uma região branca em oposição à nação mestiça. Boa parte da força desse pacto decorreu do deslocamento da fronteira da branquitude de modo a englobar luso-brasileiros e brasileiros étnicos num novo tipo social de brancura inconteste, no qual os sulistas passaram a se reconhecer: o branco brasileiro, isto é, antes branco que brasileiro.
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