A percepção da dor na experiência de câncer infanto-juvenil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Hilze Benigno de Oliveira Moura Siqueira
Orientador(a): Fatima Aparecida Emm Faleiros Sousa
Banca de defesa: Ana Maria Pimenta Carvalho, Lucila Castanheira Nascimento, Ligia de Fátima Nóbrega Reato, Manoel Antonio dos Santos
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Enfermagem Fundamental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: https://doi.org/10.11606/T.22.2013.tde-26092013-190853
Resumo: A literatura aponta interesse no problema da dor oncopediátrica e de sua avaliação, entretanto, o tema ainda é pouco explorado quando comparado às produções científicas em adultos. O objetivo deste estudo foi avaliar como crianças/adolescentes com câncer e familiar cuidador compreendiam a dor. Para isso, utilizamos os seguintes instrumentos: indicadores sóciodemográficos e clínicos da dor e da doença, Faces Afective Scale (FAS), Escala Multidimensional de Avaliação de Dor (EMADOR), desenhos e autorrelatos. Os resultados mostraram a distribuição etária (05-07, 08-11 e 12-19 anos), com prevalências para faixa etária 12-19 anos (45%), sexo feminino (53%), ensino fundamental incompleto (95%) e religião católica (62%). Identificamos índices maiores para dor crônica (51%) e para leucemia (47%). Na FAS, as figuras escalar de F-I foi mais indicated (71%), representado variação de efeito negativo da dor. Na EMADOR, os resultados por faixa etária mostraram os descritores caracterizados na dor aguda em relação às dimensões afetivas e cognitivas; entretanto, a percepção de dor crônica foi compreendida de modo processual, seguindo o raciocínio do ciclo vital, da concretude nos descritores sensitivos até a compreensão abstrata nos descritores afetivos. Na técnica de desenhos, a criança/adolescente com câncer indicaram percepção da dor deslocando-se do pensamento mágico às representações mentais mais elaboradas com metáforas. Os relatos revelaram a dor associada to experiência e a subjetividade da criança/adolescente com câncer por meio das dimensões físicas, sociais, emocionais e espirituais. Quanto o familiar cuidador (principalmente a mãe), compreendeu essa experiência dolorosa de câncer infanto-juvenil de modo similar ao da criança, bidirecionalmente e interligado ao contexto e ao tempo que a doença os inseriu. A dor foi percebida somando os aspectos qualitativos (subjetivo) e quantitativos (objetivo). Concluiu-se que a dor foi pensada multidimensionalmente. EMADOR foi considerado instrumento fácil e fidedigno de avaliação álgica no processo de desenvolvimento, as crianças com câncer desde os 05 anos de idade compreendem o fenômeno doloroso e as mães, depois dos próprios filhos, são as que mais compreendem a dor dos mesmos. Essa complexa interligação multidimensional da dor, indica a importância de utilizarem-se instrumentos adequados na saúde pública, especificamente, pela equipe interdisciplinar (\'cuida-dor\') para avaliação álgica, na qual se leve em consideração sensações, percepções e significados possivelmente envolvidos na experiência de dor (\'experimenta-dor\'). Isso traz possibilidades para um melhor manejo do fenômeno na área de dor pediátrica.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis A percepção da dor na experiência de câncer infanto-juvenil The pain perception in the experience of childhood cancer 2013-07-03Fatima Aparecida Emm Faleiros SousaAna Maria Pimenta CarvalhoLucila Castanheira NascimentoLigia de Fátima Nóbrega ReatoManoel Antonio dos SantosHilze Benigno de Oliveira Moura SiqueiraUniversidade de São PauloEnfermagem FundamentalUSPBR Adolescente Adolescente Cancer Câncer Child Criança Desenvolvimento Development Dor Família Famíly Pain A literatura aponta interesse no problema da dor oncopediátrica e de sua avaliação, entretanto, o tema ainda é pouco explorado quando comparado às produções científicas em adultos. O objetivo deste estudo foi avaliar como crianças/adolescentes com câncer e familiar cuidador compreendiam a dor. Para isso, utilizamos os seguintes instrumentos: indicadores sóciodemográficos e clínicos da dor e da doença, Faces Afective Scale (FAS), Escala Multidimensional de Avaliação de Dor (EMADOR), desenhos e autorrelatos. Os resultados mostraram a distribuição etária (05-07, 08-11 e 12-19 anos), com prevalências para faixa etária 12-19 anos (45%), sexo feminino (53%), ensino fundamental incompleto (95%) e religião católica (62%). Identificamos índices maiores para dor crônica (51%) e para leucemia (47%). Na FAS, as figuras escalar de F-I foi mais indicated (71%), representado variação de efeito negativo da dor. Na EMADOR, os resultados por faixa etária mostraram os descritores caracterizados na dor aguda em relação às dimensões afetivas e cognitivas; entretanto, a percepção de dor crônica foi compreendida de modo processual, seguindo o raciocínio do ciclo vital, da concretude nos descritores sensitivos até a compreensão abstrata nos descritores afetivos. Na técnica de desenhos, a criança/adolescente com câncer indicaram percepção da dor deslocando-se do pensamento mágico às representações mentais mais elaboradas com metáforas. Os relatos revelaram a dor associada to experiência e a subjetividade da criança/adolescente com câncer por meio das dimensões físicas, sociais, emocionais e espirituais. Quanto o familiar cuidador (principalmente a mãe), compreendeu essa experiência dolorosa de câncer infanto-juvenil de modo similar ao da criança, bidirecionalmente e interligado ao contexto e ao tempo que a doença os inseriu. A dor foi percebida somando os aspectos qualitativos (subjetivo) e quantitativos (objetivo). Concluiu-se que a dor foi pensada multidimensionalmente. EMADOR foi considerado instrumento fácil e fidedigno de avaliação álgica no processo de desenvolvimento, as crianças com câncer desde os 05 anos de idade compreendem o fenômeno doloroso e as mães, depois dos próprios filhos, são as que mais compreendem a dor dos mesmos. Essa complexa interligação multidimensional da dor, indica a importância de utilizarem-se instrumentos adequados na saúde pública, especificamente, pela equipe interdisciplinar (\'cuida-dor\') para avaliação álgica, na qual se leve em consideração sensações, percepções e significados possivelmente envolvidos na experiência de dor (\'experimenta-dor\'). Isso traz possibilidades para um melhor manejo do fenômeno na área de dor pediátrica. Despite the interest of the scientific research about the pain assessment in children/adolescents with cancer, such issue is still less investigated as compared to the research carried out with adult patients. The main aim of this study was to evaluate how children/adolescents with cancer and their family could understand the pain. For this purpose, the following instruments were used: sociodemographic and clinical indicators of pain and disease, Afective Faces Scale (FAS), Escala Multidimensional de Avaliação de Dor (EMADOR), drawings, and self-reports. The results showed that the age distribution (05-07, 08-11, and 12-19 years), with prevalence rates for age group between 12 and 19 years (45%), female (53%), elementary education (95%), and Catholics (62%). In addition, it was identified the highest rates for chronic pain (51%) and leukemia (47%). For the FAS results, the most indicated was the F-I figure (71%) representing a pain negative effect. For EMADOR instrument, the results for age group showed that the descriptors characterized in acute pain were related with affective and cognitive dimensions. On the other hand, in relation to chronic pain, such dimensions were perceived as a procedural way, according to the cognitive development, varying from concrete thinking (sensory descriptors) to abstract (affective descriptors). For technical drawing, the child/adolescent with cancer indicated perception of pain ranging between the magical thinking to the mental representations with metaphors more elaborated. The reports revealed that the pain was associated to experience and subjectivity of children/adolescents with cancer through the physical, social, emotional, and spiritual dimensions. In relation to the relatives, especially by mothers, it was noticed that the childhood cancer painful experience was perceived in similar way to the ill child, i.e. bidirectionally linked to the context and the time in which the disease entered them. The pain was perceived by summing the qualitative (subjective) and quantitative (objective). Thus, it was concluded that the pain was thought multidimensionally. EMADOR was considered an easy and reliable tool to assess the pain in the development process; i.e, children with cancer from 05 years old were able to understand painful phenomenon as well as their mothers, after themselves. This multidimensional complex interrelation of pain indicates the importance of using appropriate instruments in the public health, specifically, by means of the interdisciplinary team (\'care-pain\') for pain evaluation, in which it takes into account feelings, perceptions, and meanings possibly related with the pain experience (\'pain-experience\'). Therefore, this study brings opportunities for a better multidisciplinary management of the phenomenon in the field of pediatric pain. https://doi.org/10.11606/T.22.2013.tde-26092013-190853info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T20:14:03Zoai:teses.usp.br:tde-26092013-190853Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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