Jurisdição constitucional sem supremacia judicial: a reconciliação entre a proteção de direitos fundamentais e a legitimidade democrática no constitucionalismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lucas Azevedo Paulino
Orientador(a): Thomas da Rosa de Bustamante
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-ASMFVH
Resumo: O objetivo desta dissertação consiste em analisar a melhor justificativa normativa para o exercício da jurisdição constitucional em uma democracia. Em um contexto de expansão da atuação do poder judiciário e de cortes constitucionais no controle de constitucionalidade da legislação e, em alguns casos, de emendas constitucionais no Brasil e em diversos países, muitas vezes decidindo sobre matérias de forte apelo moral, político e social, despontam-se críticas sobre a legitimidade democrática da autoridade da corte. Considerando o desacordo moral persistente e de boa-fé existente em uma sociedade democrática e plural sobre o significado dos direitos, uma corte constitucional deveria ter a última palavra sobre a interpretação constitucional? Pretende-se investigar, dessa maneira, como conciliar a proteção efetiva de direitos fundamentais com o exercício democrático do poder. Inicialmente, serão estudadas as duas respostas tradicionais da teoria e da prática constitucional e democrática sobre legitimidade ou não da supremacia judicial em um regime democrático. Em primeiro lugar, o constitucionalismo jurídico e sua concepção constitucional da democracia, que justifica o papel da jurisdição constitucional, sobretudo, nos resultados substantivos que pode proporcionar para resguardar os direitos fundamentais. Nesse aspecto, a ênfase da pesquisa serão as obras de Ronald Dworkin e John Rawls. Em segundo lugar, o constitucionalismo político e sua concepção majoritária de democracia, que se preocupa, especialmente, com a legitimidade intrínseca dos procedimentos, com o respeito à igualdade política e ao autogoverno do povo. As teorias de Jeremy Waldron e Richard Bellamy serão o objeto de exame nessa parte. Após desenvolvidos os principais argumentos favoráveis e contrários ao papel de cortes e parlamentos, serão avaliadas as características e o potencial normativo do novo modelo de constitucionalismo da Comunidade Britânica, apontado por Stephen Gardbaum como uma via intermediária que desvincula o controle de constitucionalidade da supremacia judicial, ao conceder a última palavra ao legislador. Por fim, será analisada, especificamente, a Proposta de Emenda à Constituição nº 33/11 e se ela poderia aperfeiçoar a legitimidade democrática do sistema constitucional brasileiro.
id UFMG_7f7930c846363739109e69541a50db1d
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-ASMFVH
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Thomas da Rosa de BustamanteLucas Azevedo Paulino2019-08-12T20:33:43Z2019-08-12T20:33:43Z2016-07-27http://hdl.handle.net/1843/BUOS-ASMFVHO objetivo desta dissertação consiste em analisar a melhor justificativa normativa para o exercício da jurisdição constitucional em uma democracia. Em um contexto de expansão da atuação do poder judiciário e de cortes constitucionais no controle de constitucionalidade da legislação e, em alguns casos, de emendas constitucionais no Brasil e em diversos países, muitas vezes decidindo sobre matérias de forte apelo moral, político e social, despontam-se críticas sobre a legitimidade democrática da autoridade da corte. Considerando o desacordo moral persistente e de boa-fé existente em uma sociedade democrática e plural sobre o significado dos direitos, uma corte constitucional deveria ter a última palavra sobre a interpretação constitucional? Pretende-se investigar, dessa maneira, como conciliar a proteção efetiva de direitos fundamentais com o exercício democrático do poder. Inicialmente, serão estudadas as duas respostas tradicionais da teoria e da prática constitucional e democrática sobre legitimidade ou não da supremacia judicial em um regime democrático. Em primeiro lugar, o constitucionalismo jurídico e sua concepção constitucional da democracia, que justifica o papel da jurisdição constitucional, sobretudo, nos resultados substantivos que pode proporcionar para resguardar os direitos fundamentais. Nesse aspecto, a ênfase da pesquisa serão as obras de Ronald Dworkin e John Rawls. Em segundo lugar, o constitucionalismo político e sua concepção majoritária de democracia, que se preocupa, especialmente, com a legitimidade intrínseca dos procedimentos, com o respeito à igualdade política e ao autogoverno do povo. As teorias de Jeremy Waldron e Richard Bellamy serão o objeto de exame nessa parte. Após desenvolvidos os principais argumentos favoráveis e contrários ao papel de cortes e parlamentos, serão avaliadas as características e o potencial normativo do novo modelo de constitucionalismo da Comunidade Britânica, apontado por Stephen Gardbaum como uma via intermediária que desvincula o controle de constitucionalidade da supremacia judicial, ao conceder a última palavra ao legislador. Por fim, será analisada, especificamente, a Proposta de Emenda à Constituição nº 33/11 e se ela poderia aperfeiçoar a legitimidade democrática do sistema constitucional brasileiro.The aim of this dissertation is to analyze the best normative justification for the exercise of judicial review in a democracy. In a context of expansion of the operation of the judiciary and of the constitutional courts in the judicial review of legislation - and, in some cases, of constitutional amendments - in Brazil and in several countries, often deciding on matters of strong moral, political and social appeal, criticism on the democratic legitimacy of the court's authority arise. Considering the persistence of good faith moral disagreement in a democratic and pluralistic society on the meaning of rights, should a constitutional court have the final word on constitutional interpretation? This dissertation intends to investigate, how to reconcile the effective protection of fundamental rights with the democratic exercise of power. Initially, the two traditional responses from constitutional and democratic theory and the practice concerning the legitimacy (or the lack thereof) of judicial supremacy in a democratic regime will be studied. The research, firstly, discusses the legal conception of constitutionalism and its constitutional conception of democracy, which justifies the role of constitutional jurisdiction, especially having regard to the substantive outcomes that can provide to protect fundamental rights. In this respect, the emphasis of research will be on the works of Ronald Dworkin and John Rawls. Secondly, this study presents the political constitutionalism and its majoritarian conception of democracy, which is especially concerned with the intrinsic legitimacy of procedures, with the observance of political equality and the self-government of the people. The theories of Jeremy Waldron and Richard Bellamy will be the subject of examination in this part. After having developed the main arguments for and against the role of courts and parliaments, this dissertation analyzes characteristics and the normative potential of the new Commonwealth model of constitutionalism, pointed out by Stephen Gardbaum as an intermediate solution which dissociates the control of constitutionality from judicial supremacy, by granting the final word to the legislature. Finally, this dissertation analyzes the proposal for the Constitutional Amendment No. 33/11 and whether it could improve the democratic legitimacy of the Brazilian constitutional system.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGDemocraciaDireitoJurisdição (Direito constitucional)Direitos e garantias individuaisDireito FilosofiaLeis ConstitucionalidadeDireitos fundamentaisLegitimidade democráticaControle de constitucionalidadeSupremacia judicialJurisdição constitucional sem supremacia judicial: a reconciliação entre a proteção de direitos fundamentais e a legitimidade democrática no constitucionalismoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALjurisdi__o_constitucional_sem_supremacia_judicial___lucas_azevedo_paulino.pdfapplication/pdf1433504https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-ASMFVH/1/jurisdi__o_constitucional_sem_supremacia_judicial___lucas_azevedo_paulino.pdfd1fc74907e74cb8ba032920179da221eMD51TEXTjurisdi__o_constitucional_sem_supremacia_judicial___lucas_azevedo_paulino.pdf.txtjurisdi__o_constitucional_sem_supremacia_judicial___lucas_azevedo_paulino.pdf.txtExtracted texttext/plain566957https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-ASMFVH/2/jurisdi__o_constitucional_sem_supremacia_judicial___lucas_azevedo_paulino.pdf.txtd20763ddee2cd0e82199f55f58e8b367MD521843/BUOS-ASMFVH2019-11-14 19:49:30.213oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-ASMFVHRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T22:49:30Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Jurisdição constitucional sem supremacia judicial: a reconciliação entre a proteção de direitos fundamentais e a legitimidade democrática no constitucionalismo
title Jurisdição constitucional sem supremacia judicial: a reconciliação entre a proteção de direitos fundamentais e a legitimidade democrática no constitucionalismo
spellingShingle Jurisdição constitucional sem supremacia judicial: a reconciliação entre a proteção de direitos fundamentais e a legitimidade democrática no constitucionalismo
Lucas Azevedo Paulino
Direitos fundamentais
Legitimidade democrática
Controle de constitucionalidade
Supremacia judicial
Democracia
Direito
Jurisdição (Direito constitucional)
Direitos e garantias individuais
Direito Filosofia
Leis Constitucionalidade
title_short Jurisdição constitucional sem supremacia judicial: a reconciliação entre a proteção de direitos fundamentais e a legitimidade democrática no constitucionalismo
title_full Jurisdição constitucional sem supremacia judicial: a reconciliação entre a proteção de direitos fundamentais e a legitimidade democrática no constitucionalismo
title_fullStr Jurisdição constitucional sem supremacia judicial: a reconciliação entre a proteção de direitos fundamentais e a legitimidade democrática no constitucionalismo
title_full_unstemmed Jurisdição constitucional sem supremacia judicial: a reconciliação entre a proteção de direitos fundamentais e a legitimidade democrática no constitucionalismo
title_sort Jurisdição constitucional sem supremacia judicial: a reconciliação entre a proteção de direitos fundamentais e a legitimidade democrática no constitucionalismo
author Lucas Azevedo Paulino
author_facet Lucas Azevedo Paulino
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Thomas da Rosa de Bustamante
dc.contributor.author.fl_str_mv Lucas Azevedo Paulino
contributor_str_mv Thomas da Rosa de Bustamante
dc.subject.por.fl_str_mv Direitos fundamentais
Legitimidade democrática
Controle de constitucionalidade
Supremacia judicial
topic Direitos fundamentais
Legitimidade democrática
Controle de constitucionalidade
Supremacia judicial
Democracia
Direito
Jurisdição (Direito constitucional)
Direitos e garantias individuais
Direito Filosofia
Leis Constitucionalidade
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Democracia
Direito
Jurisdição (Direito constitucional)
Direitos e garantias individuais
Direito Filosofia
Leis Constitucionalidade
description O objetivo desta dissertação consiste em analisar a melhor justificativa normativa para o exercício da jurisdição constitucional em uma democracia. Em um contexto de expansão da atuação do poder judiciário e de cortes constitucionais no controle de constitucionalidade da legislação e, em alguns casos, de emendas constitucionais no Brasil e em diversos países, muitas vezes decidindo sobre matérias de forte apelo moral, político e social, despontam-se críticas sobre a legitimidade democrática da autoridade da corte. Considerando o desacordo moral persistente e de boa-fé existente em uma sociedade democrática e plural sobre o significado dos direitos, uma corte constitucional deveria ter a última palavra sobre a interpretação constitucional? Pretende-se investigar, dessa maneira, como conciliar a proteção efetiva de direitos fundamentais com o exercício democrático do poder. Inicialmente, serão estudadas as duas respostas tradicionais da teoria e da prática constitucional e democrática sobre legitimidade ou não da supremacia judicial em um regime democrático. Em primeiro lugar, o constitucionalismo jurídico e sua concepção constitucional da democracia, que justifica o papel da jurisdição constitucional, sobretudo, nos resultados substantivos que pode proporcionar para resguardar os direitos fundamentais. Nesse aspecto, a ênfase da pesquisa serão as obras de Ronald Dworkin e John Rawls. Em segundo lugar, o constitucionalismo político e sua concepção majoritária de democracia, que se preocupa, especialmente, com a legitimidade intrínseca dos procedimentos, com o respeito à igualdade política e ao autogoverno do povo. As teorias de Jeremy Waldron e Richard Bellamy serão o objeto de exame nessa parte. Após desenvolvidos os principais argumentos favoráveis e contrários ao papel de cortes e parlamentos, serão avaliadas as características e o potencial normativo do novo modelo de constitucionalismo da Comunidade Britânica, apontado por Stephen Gardbaum como uma via intermediária que desvincula o controle de constitucionalidade da supremacia judicial, ao conceder a última palavra ao legislador. Por fim, será analisada, especificamente, a Proposta de Emenda à Constituição nº 33/11 e se ela poderia aperfeiçoar a legitimidade democrática do sistema constitucional brasileiro.
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016-07-27
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-12T20:33:43Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-12T20:33:43Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-ASMFVH
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-ASMFVH
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-ASMFVH/1/jurisdi__o_constitucional_sem_supremacia_judicial___lucas_azevedo_paulino.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-ASMFVH/2/jurisdi__o_constitucional_sem_supremacia_judicial___lucas_azevedo_paulino.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv d1fc74907e74cb8ba032920179da221e
d20763ddee2cd0e82199f55f58e8b367
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1797973111609491456