Importância da broncoscopia flexível na decanulação dos pacientes traqueostomizados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Leonardo Brand Rodrigues
Orientador(a): Tarcizo Afonso Nunes
Banca de defesa: Edson Samesima Tatsuo, Carlos Augusto Gomes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8YVPL5
Resumo: A traqueostomia é um procedimento realizado com frequência e suapermanência prolongada pode ocasionar alterações laringotraqueais em até 65% dos pacientes. Os critérios empregados na decanulação são usualmente negligenciados e a literatura é carente de artigos sobre o tema. Objetivo: avaliar pacientes traqueostomizados em vias de decanulação por meio de broncoscopia, para: estabelecer a frequência e os tipos de lesões laringotraqueais; identificar fatores que influenciam a decanulação; comparar a eficácia e segurançaa dos critérios clínicos com a decanulação orientada pelo diagnóstico à broncoscopiaflexível de lesões laringotraqueais. Método: foram acompanhados 51 pacientes cujas idades variaram de 19 a 87 anos, sendo 26 do gênero masculino e 25 do gênero feminino, avaliados por equipe multidisciplinar, que preenchiam critérios clínicos de decanulação. Todos foram submetidos à oclusão da cânula de traqueostomia por 24 horas e, independentemente da tolerância, submetidos àbroncoscopia flexível, sendo as alterações laringotraqueais diagnosticadas descritas e classificadas. Comparou-se a indicação de decanulação por critérios clínicos com o diagnóstico de lesões laringotraqueais à broncoscopia contrário à mesma. Foram identificados os fatores que poderiam interferir na decanulação e avaliada a importância da broncoscopia como parte do processo. Resultado: dos51 pacientes, 40 (80,4%) apresentaram alterações laringotraqueais. Desses 40 aptos à decanulação pela avaliação clínica, oito (20%) tinham lesões laringotraqueais à broncoscopia que contraindicaram o procedimento, valor significativamente mais alto que os 5% de falha relatados na literatura (p=0,0007). Não houve interferência de idade, gênero, complicações relacionadas à traqueostomia ou das doenças que motivaram a intubação orotraqueal ou a traqueostomia na decanulação. Entre as doenças associadas, somente o diabetemelito exibiu relação significante com a presença de lesões laringotraqueais à broncoscopia que contraindicaram a decanulação (p=0,037). Analisado isoladamente, o período de órtese plástica relacionou-se significativamente com o diagnóstico de lesões que contraindicam a decanulação (p=0,038). Contudo, ao analisar o grupo das variáveis de tempo com o ajuste pela regressão logísticamúltipla, nenhuma variável evidenciou significância. Conclusão: com base nesta pesquisa sobre a influência da broncoscopia flexível na decanulação dos pacientes traqueostomizados, pode-se afirmar que foi elevada a incidência de lesões laringotraqueais diagnosticadas à broncoscopia. Dos fatores que poderiam interferir na decanulação, somente o diabete melito manifestou mais probabilidade de contraindicação da decanulação pelo exame broncoscópico. A broncoscopia aumentou a segurança do processo, uma vez que nenhum paciente necessitou de nova canulação, demonstrando que a avaliação clínica associada à oclusão do traqueostoma não foi suficiente para indicar adequadamente a decanulação.
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Método: foram acompanhados 51 pacientes cujas idades variaram de 19 a 87 anos, sendo 26 do gênero masculino e 25 do gênero feminino, avaliados por equipe multidisciplinar, que preenchiam critérios clínicos de decanulação. Todos foram submetidos à oclusão da cânula de traqueostomia por 24 horas e, independentemente da tolerância, submetidos àbroncoscopia flexível, sendo as alterações laringotraqueais diagnosticadas descritas e classificadas. Comparou-se a indicação de decanulação por critérios clínicos com o diagnóstico de lesões laringotraqueais à broncoscopia contrário à mesma. Foram identificados os fatores que poderiam interferir na decanulação e avaliada a importância da broncoscopia como parte do processo. Resultado: dos51 pacientes, 40 (80,4%) apresentaram alterações laringotraqueais. Desses 40 aptos à decanulação pela avaliação clínica, oito (20%) tinham lesões laringotraqueais à broncoscopia que contraindicaram o procedimento, valor significativamente mais alto que os 5% de falha relatados na literatura (p=0,0007). Não houve interferência de idade, gênero, complicações relacionadas à traqueostomia ou das doenças que motivaram a intubação orotraqueal ou a traqueostomia na decanulação. Entre as doenças associadas, somente o diabetemelito exibiu relação significante com a presença de lesões laringotraqueais à broncoscopia que contraindicaram a decanulação (p=0,037). Analisado isoladamente, o período de órtese plástica relacionou-se significativamente com o diagnóstico de lesões que contraindicam a decanulação (p=0,038). Contudo, ao analisar o grupo das variáveis de tempo com o ajuste pela regressão logísticamúltipla, nenhuma variável evidenciou significância. Conclusão: com base nesta pesquisa sobre a influência da broncoscopia flexível na decanulação dos pacientes traqueostomizados, pode-se afirmar que foi elevada a incidência de lesões laringotraqueais diagnosticadas à broncoscopia. Dos fatores que poderiam interferir na decanulação, somente o diabete melito manifestou mais probabilidade de contraindicação da decanulação pelo exame broncoscópico. A broncoscopia aumentou a segurança do processo, uma vez que nenhum paciente necessitou de nova canulação, demonstrando que a avaliação clínica associada à oclusão do traqueostoma não foi suficiente para indicar adequadamente a decanulação.Tracheostomy is a procedure performed frequently and theirprolonged can cause laryngotracheal changes in up to 65% of patients. The criteria employed in decannulation are usually neglected and few if any investigative data exist to inform evidence-based care. Objective: To evaluate patients undergoing tracheostomy decannulation with bronchoscopy, the incidence and types of laryngotracheal injury, factors that influence the decannulation, comparing the clinical tests with the diagnosis of laryngotracheal injury to the bronchoscopy and evaluating the effectiveness of clinical criteria of decannulation. Methods: We analyzed 51 patients whose ages ranged from 19 to 87 years, 26males and 25 females, evaluated by a multidisciplinary team, who met clinical criteria for decannulation. All patients underwent occlusion of the tracheostomy tube for 24 hours, regardless of tolerance, underwent flexible bronchoscopy and laryngotracheal injuries described, diagnosed and classified. We compared the clinical indication criteria for decannulation with the diagnosis of laryngotracheal injury to the bronchoscopy contrary to it. We identified the factors that couldinterfere with decannulation and assessed the importance of bronchoscopy as part of the process. Results: Of 51 patients, 40 (80.4%) had laryngotracheal injury. Of these 40 fit for decannulation by clinical evaluation, eight (20%) had bronchoscopic laryngotracheal lesions that contraindicated procedure, which is significantly higher than the 5% failure rate reported in the literature (p = 0.0007). There was no effect of age, gender, complications related to tracheostomy or diseases that led to intubation or tracheostomy in decannulation. Among diseases, only diabetes mellitus showed a significant relationship with the resence of bronchoscopic laryngotracheal injuries that contraindicated ecannulation (p =0.037). Analyzed separately, the period of plastic stent was significantly correlated with the diagnosis of lesions that contraindicate decannulation (p = 0.038). However, when analyzing the group of variables with the time adjustment by multiple logistic regression, no variable showed significance. Conclusion: based on this research on the influence of fiberoptic bronchoscopy in tracheostomy decannulation of patients, we can say that it was the high incidence of laryngotracheal injury diagnosed by bronchoscopy. Among the factors that couldinterfere with decannulation, only diabetes mellitus manifested more likely to contraindication of decannulation by bronchoscopy. Bronchoscopy increased safety process, since no patient required a new cannulation, demonstrating that clinical evaluation associated with occlusion of the tracheostoma was not enough to properly indicate decannulation.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGRespiração artificialVentilação pulmonarBroncoscopiaDesmame do respiradorRemoção de dispositivo/métodosTraqueostomiaTraquéia IntubaçãoMecanica respiratóriaPacientesDecanulaçãoPacientes traqueostomizadosDesmame da traqueostomiaBroncoscopia flexívelImportância da broncoscopia flexível na decanulação dos pacientes traqueostomizadosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_de_mestrado_leonardo_brand_rodrigues.pdfapplication/pdf5686798https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8YVPL5/1/disserta__o_de_mestrado_leonardo_brand_rodrigues.pdffe2ce42512412cddd49d93f930e0a5e7MD51TEXTdisserta__o_de_mestrado_leonardo_brand_rodrigues.pdf.txtdisserta__o_de_mestrado_leonardo_brand_rodrigues.pdf.txtExtracted texttext/plain84400https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8YVPL5/2/disserta__o_de_mestrado_leonardo_brand_rodrigues.pdf.txtcb69ce44d15c22e25ba6dd8ec667c571MD521843/BUOS-8YVPL52019-11-14 12:51:52.638oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8YVPL5Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T15:51:52Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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