Indicadores sociodemográficos, clínicos e fonoaudiológicos para decanulação em pacientes adultos traqueostomizados

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Margaret Mendonça Diniz da Côrte
• Orientador(a): Amelia Augusta de Lima Friche
• Banca de defesa: Danielle Aparecida Gomes Pereira, Aline Mansueto Mourão
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Decanulação; Fonoaudiologia; Transtornos de Deglutição; Traqueostomia; Tosse; Desmame do Respirador
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B3WH6V

Objetivos: Identificar os indicadores sociodemográficos, clínicos e fonoaudiológicos importantes para o sucesso na decanulação de pacientes adultos traqueostomizados e propor um protocolo de decanulação. Método: Estudo retrospectivo, observacional analítico, de delineamento transversal, em que foram coletados dados sociodemográficos, clínicos e fonoaudiológicos dos prontuários de todos os pacientes adultos traqueostomizados, maiores de 18 anos, com pontuação maior que 8 na Escala de Coma de Glasgow (ECG), atendidos pelo Serviço de Fonoaudiologia do Hospital Governador Israel Pinheiro (HGIP), no período de junho de 2014 a dezembro de 2016. Os dados coletados foram: sociodemográficos idade, sexo e cidade que reside; clínicos doença de base, tempo de intubação orotraqueal, tempo de uso de ventilação mecânica, nível de consciência, tosse eficaz, capacidade para remover secreções, ausência de secreções respiratórias abundantes, infecções ativas, uso de oxigenoterapia e troca de cânula plástica por metálica; e fonoaudiológicos classificação da deglutição em disfagia ou deglutição funcional à decanulação, alterações vocais, deglutição espontânea de saliva, dieta por via oral, resultado do Teste Blue Dye, uso de válvula de fala e tolerância ao balonete desinsuflado. Os dados foram submetidos à análise estatística, sendo realizadas análises descritivas de todas as variáveis do estudo e análise inferencial univariada e multivariada, por meio de análise multivariada de regressão logística múltipla. Resultados: Foram incluídos no estudo 189 traqueostomizados, com média de idade de 70,9 anos (DP=11,9), predominando o sexo masculino e residentes, em sua maioria, no município de Belo Horizonte. Na análise univariada algumas variáveis clínicas e fonoaudiológicas pesquisadas foram associadas ao sucesso da decanulação, havendo maior proporção de pacientes que decanularam entre os que apresentaram deglutição funcional (p<0,001), ausência de alterações vocais (p<0,001), deglutição espontânea de saliva (p<0,001), maior nível de consciência (p<0,001), dieta por via oral (p<0,001) teste Blue Dye negativo (p<0,001), tosse eficaz (p<0,001), capacidade de remover secreções (p<0,001), ausência de secreções abundantes (p<0,001), uso de válvula de fala (p<0,001), tolerância ao balonete desinsuflado (p<0,001), troca de cânula plástica para cânula metálica (p<0,001), não tinham infecções ativas (p<0,001), e não fizeram uso de oxigenoterapia durante a oclusão (p<0,001). Na análise multivariada os indicadores ausência de secreções abundantes, a capacidade de remover secreções e o tempo de oclusão da traqueostomia foram associados ao sucesso. Conclusão: Nesse estudo os indicadores preditivos para o sucesso no processo de decanulação foram a ausência de secreções abundantes, a capacidade de remover secreções e o tempo de oclusão da traqueostomia. Identificar esses fatores é importante para que o procedimento ocorra de forma eficiente e segura.