Efeito da espironolactona na progressão da calcificação vascular de pacientes renais crônicos em diálise peritoneal
Ano de defesa: | 2017 |
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Resumo: | Introdução: Calcificação vascular (CV) é uma complicação frequente nos pacientes em diálise e se associa com mortalidade. Sua patogênese é complexa e envolve uma série de marcadores que interagem no microambiente vascular. Há evidências de que a aldosterona seja um desses biomarcadores. Estudos vêm sugerindo efeito benéfico da inibição do receptor mineralocorticoide (RM) na diminuição da progressão da CV. Objetivo: Avaliar o efeito da espironolactona, antagonista do RM, na progressão da calcificação coronariana (CC) de pacientes submetidos à diálise peritoneal (DP). Métodos: Trata-se de um ensaio clínico controlado aberto. Trinta e três pacientes com escore de cálcio coronariano (ECC) ≥ 30 UA, detectado por tomografia computadorizada de múltiplos detectores, foram randomizados para receber (grupo GE; n=16) ou não (grupo GNT; n=17) espironolactona, sendo acompanhados por 12 meses. O desfecho principal foi a mudança percentual do ECC do início para o final do período de observação, quando os pacientes realizaram uma nova tomografia. Exames bioquímicos e hormonais relacionados ao metabolismo ósseo e à CV foram realizados periodicamente para se avaliar a influência da espironolactona nestes parâmetros. Foi realizada uma análise comparativa entre os pacientes que progrediram à CC (grupo GP) e os não progressores (grupo GNP), sendo progressores aqueles com progressão relativa maior que 15%. Resultados: Dezesseis pacientes concluíram o estudo, sete do grupo GE e nove do grupo GNT. A progressão relativa do ECC foi semelhante entre os grupos, sendo 17,2% no grupo GE e 27,5% no grupo GNT. No início do estudo, os pacientes dos grupos GE e GNT se diferenciaram pelo tempo em DP, que foi maior no grupo GNT, pela pressão arterial diastólica e o potássio sérico, ambos mais elevados nos pacientes do grupo GE. Estas diferenças não influenciaram na progressão do ECC. Considerando todos os pacientes que concluíram o estudo (n=16), 75%, 66,6% e 46,6% apresentavam níveis elevados de triglicerídeos, colesterol LDL e proteína C reativa, respectivamente. Hipoalbuminemia foi encontrada em 50% dos pacientes e o nível sérico de fetuína-A também se mostrou diminuído. Durante o seguimento, houve aumento do valor absoluto do ECC no grupo GE (359→385; p=0,042) e no grupo GNT (422→932; p=0,011). Cinquenta e sete por cento e 67% dos pacientes progrediram, nos grupos GE e GNT, respectivamente (p=0,697). No início do estudo, pacientes do grupo GP se diferenciaram daqueles do grupo GNP pelos maiores níveis de cálcio total (p=0,001) e de colesterol LDL (p=0,009). Durante o seguimento, pacientes do grupo GP também apresentaram maiores níveis de cálcio total (p=0,004) e menores de albumina (p=0,006). Foi baixa a frequência de efeitos colaterais à espironolactona. Foram observados quatro episódios de hiperpotassemia no grupo GE e três no grupo GNT. A ocorrência de hipotensão arterial não foi diferente entre os grupos e nenhum paciente apresentou ginecomastia. Conclusões: Em pacientes submetidos à DP, a espironolactona não atenuou a progressão da CC. Distúrbios do metabolismo mineral e ósseo, a dislipidemia e a inflamação estão envolvidos na progressão da CC. O uso de espironolactona foi seguro em pacientes mantidos em DP. |
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Objetivo: Avaliar o efeito da espironolactona, antagonista do RM, na progressão da calcificação coronariana (CC) de pacientes submetidos à diálise peritoneal (DP). Métodos: Trata-se de um ensaio clínico controlado aberto. Trinta e três pacientes com escore de cálcio coronariano (ECC) ≥ 30 UA, detectado por tomografia computadorizada de múltiplos detectores, foram randomizados para receber (grupo GE; n=16) ou não (grupo GNT; n=17) espironolactona, sendo acompanhados por 12 meses. O desfecho principal foi a mudança percentual do ECC do início para o final do período de observação, quando os pacientes realizaram uma nova tomografia. Exames bioquímicos e hormonais relacionados ao metabolismo ósseo e à CV foram realizados periodicamente para se avaliar a influência da espironolactona nestes parâmetros. Foi realizada uma análise comparativa entre os pacientes que progrediram à CC (grupo GP) e os não progressores (grupo GNP), sendo progressores aqueles com progressão relativa maior que 15%. Resultados: Dezesseis pacientes concluíram o estudo, sete do grupo GE e nove do grupo GNT. A progressão relativa do ECC foi semelhante entre os grupos, sendo 17,2% no grupo GE e 27,5% no grupo GNT. No início do estudo, os pacientes dos grupos GE e GNT se diferenciaram pelo tempo em DP, que foi maior no grupo GNT, pela pressão arterial diastólica e o potássio sérico, ambos mais elevados nos pacientes do grupo GE. Estas diferenças não influenciaram na progressão do ECC. Considerando todos os pacientes que concluíram o estudo (n=16), 75%, 66,6% e 46,6% apresentavam níveis elevados de triglicerídeos, colesterol LDL e proteína C reativa, respectivamente. Hipoalbuminemia foi encontrada em 50% dos pacientes e o nível sérico de fetuína-A também se mostrou diminuído. Durante o seguimento, houve aumento do valor absoluto do ECC no grupo GE (359→385; p=0,042) e no grupo GNT (422→932; p=0,011). Cinquenta e sete por cento e 67% dos pacientes progrediram, nos grupos GE e GNT, respectivamente (p=0,697). No início do estudo, pacientes do grupo GP se diferenciaram daqueles do grupo GNP pelos maiores níveis de cálcio total (p=0,001) e de colesterol LDL (p=0,009). Durante o seguimento, pacientes do grupo GP também apresentaram maiores níveis de cálcio total (p=0,004) e menores de albumina (p=0,006). Foi baixa a frequência de efeitos colaterais à espironolactona. Foram observados quatro episódios de hiperpotassemia no grupo GE e três no grupo GNT. A ocorrência de hipotensão arterial não foi diferente entre os grupos e nenhum paciente apresentou ginecomastia. Conclusões: Em pacientes submetidos à DP, a espironolactona não atenuou a progressão da CC. Distúrbios do metabolismo mineral e ósseo, a dislipidemia e a inflamação estão envolvidos na progressão da CC. O uso de espironolactona foi seguro em pacientes mantidos em DP.Introduction: Vascular calcification (VC) is a frequent complication in dialysis patients and is associated with mortality. Its pathogenesis is complex and involves a series of markers that interact in the vascular microenvironment. There is evidence that aldosterone is one of these biomarkers. Studies have suggested a beneficial effect of inhibition of the mineralocorticoid receptor (MR) on the decrease of VC progression. Objective: To evaluate the effect of spironolactone, an MR antagonist, on the progression of coronary calcification (CC) in patients undergoing peritoneal dialysis (PD). Methods: This is an open controlled clinical trial. Thirty-three patients with a coronary calcium score (CCS) > 30 AU, detected by multi-detector computed tomography, were randomized to receive (SG group; n=16) or not to receive (NTG group; n=17) spironolactone, followed for 12 months. The primary end point was percentage change in CCS from baseline to the end of the observation period, when patients underwent a new tomography. Biochemical and hormonal exams related to bone metabolism and VC were performed periodically to evaluate the influence of spironolactone on these parameters. A comparative analysis was performed between the patients who progressed to CC (PG group) and those who did not progress (NPG group), being progressors those with relative progression > 15%. Results: Sixteen patients completed the study, seven and nine of the SG and NTG groups, respectively. The relative progression of CCS was similar between the groups, being 17.2% in the SG group, and 27.5% in the NTG group. At baseline, the patients in the SG and NTG groups were differentiated by the time in PD, which was higher in the NTG group, by diastolic blood pressure and serum potassium, both higher in the SG group. These differences did not influence the progression of CCS. Considering all the patients who completed the study (n=16), 75%, 66.6% and 46.6% presented high levels of triglycerides, LDL cholesterol and C-reactive protein, respectively. Hypoalbuminemia was found in 50% of patients and the serum level of fetuin-A was also decreased. During follow-up, there was an increase in the absolute value of CCS in the SG group (359 → 385; p=0.042) and in the NTG group (422 → 932; p=0.011). Fifty-seven percent and 67% of the patients progressed, in the SG and NTG groups, respectively (p=0.697). At baseline, patients in the PG group differed from those in the NPG group by higher levels of total calcium (p=0.001) and LDL cholesterol (p=0.009). During follow-up, PG patients also had higher levels of total calcium (p=0.004) and lower levels of albumin (p=0.006). The frequency of side effects to spironolactone was low. Seven episodes of hyperpotassemia were observed, four in the SG group and three in the NTG. One patient from each group presented hypotension and no cases of gynecomastia were observed. Conclusions: Spironolactone did not attenuate the progression of CC. Disorders of mineral and bone metabolism, dyslipidemia and inflammation are involved in the progression of CC. The use of spironolactone was safe in patients maintained on PD.Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE)FACEPE: Processo APQ – 351-4.01/11Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2017)85 f.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Diálise peritonealCalcificação coronarianaTratamentoEspironolactonaPeritoneal dialysisCoronary calcificationTreatmentEspironolactonaEfeito da espironolactona na progressão da calcificação vascular de pacientes renais crônicos em diálise peritonealEffect of spironolactone on the progression of vascular calcification of chronic renal patients in peritoneal dialysisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPEscola Paulista de Medicina (EPM)Medicina TranslacionalMecanismos Moleculares e Celulares de DoençasFisiologia e Fisiopatologia RenalORIGINALAna Paula Santana Gueiros PDF A.pdfAna Paula Santana Gueiros PDF A.pdfTese de doutoradoapplication/pdf575958${dspace.ui.url}/bitstream/11600/50778/2/Ana%20Paula%20Santana%20Gueiros%20PDF%20A.pdf4a670c85905025fdfa33624fb385fb40MD52open access11600/507782023-10-06 09:39:45.097open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/50778Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-10-06T12:39:45Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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