Impacto da exposição á misturas químicas de desreguladores endócrinos desde a gestação até a idade adulta no coração de ratos Wistar

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Rodrigues, Alessandra Gomes Duarte
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Oeste Paulista; Mestrado em Ciências da Saúde; Brasil; UNOESTE
• Palavras-chave em Português: Atrofia cardíaca; Desregulador endócrino; Estresse oxidativo; Sistema cardiovascular; Fractal; Cardiac atrophy; Endocrine disruptor; Oxidative stress; Cardiovascular system; CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA
• Link de acesso: http://bdtd.unoeste.br:8080/jspui/handle/jspui/1539

Os desreguladores endócrinos (DE) são substâncias que alteram a biossíntese hormonal e promovem efeitos tóxicos ocasionando doenças cardiovasculares. Entretanto, os efeitos da associação de vários DE a longo prazo na remodelação cardíaca não foram elucidados. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos crônicos de uma mistura de DE na remodelação cardíaca de ratos nos aspectos relacionados a estrutura, função e nos marcadores de estresse oxidativo. Fêmeas prenhes da linhagem Sprague-Dawley foram divididas em 2 grupos experimentais: Grupo CT (veículo: óleo de milho, por gavagem) e Grupo DE Mix: receberam 32,11mg/kg/dia da mistura constituída de doze DE (ftalatos, pesticidas, filtros u.v., bisfenol A, butilparabeno) diluídos em óleo de milho (2ml/kg), por gavagem. As ratas prenhes ou lactentes receberam o tratamento do dia gestacional 7 (DG7) até o dia pós-natal 21 (DPN21). Após o desmame, no DPN22, os filhotes machos da geração F1 continuaram a receber a mistura de DE até os 220 dias de idade, e após foram eutanasiados. Após esse período foram realizadas a análise ecocardiográfica, histopatológica e análise do estresse oxidativo. Não houve alterações da função sistólica (encurtamento do endocárdio: CT- 44,44 ± 3,12 % vs. DE Mix- 44,70 ± 3,32%) e diastólica do ventrículo esquerdo (Onda E/A: CT- 3,37 ± 1,15 vs. DE Mix- 3,68 ± 1,20). Foi possível observar uma diminuição significativa na área dos cardiomiócitos (CT- 347 ± 91,62 µm2 vs. DE Mix- 202 ± 72,70 µm2, p < 0,01) e não houve alterações da dimensão fractal. Os níveis de peroxidação lipídica estavam reduzidos no Grupo DE Mix (CT- 5,73 ± 0,36 vs. DE Mix- 5,17 ± 0,60 nmol/mg de proteína, p = 0,008). As enzimas superóxido dismutase (SOD, CT- 10,18 ± 9,25 vs. DE Mix- 4,93 ± 1,48 U/ mg de proteína, p= 0,10) e a Glutationa reduzida (GSH, CT- 28,47 ± 15,17 vs. DE Mix- 39,66 ± 43,85 µM/ mg de proteína, p= 0,53) não se alteraram. Houve diminuição da enzima Glutationa -S- Transferase (GST, CT- 138,3 ± 28,44 vs. DE Mix- 113,8 ± 48,44, mM/ mg de proteína, p= 0,01). A mistura de DE de forma crônica, desde a gestação, teve impacto negativo no microambiente cardíaco, promovendo atrofia cardíaca e alterações nos marcadores do estresse oxidativo, sem promover modificações funcionais.