Uma democracia para chamar de nossa: histórias de participação social em São Miguel Paulista, Zona Leste de São Paulo

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Ruiz, Andrelissa Teressa
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: História oral; Oral history; Participação social; São Miguel Paulista; Social participation
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100134/tde-09112021-162841/

Este trabalho é resultado da escuta e do compartilhamento de experiências de dez pessoas engajadas em processos de participação social em São Miguel Paulista, bairro da Zona Leste do município de São Paulo. Buscou-se compreender, por meio da metodologia da história oral, os motivos que levam ao engajamento dos indivíduos em processos de participação, sendo um ato voluntário, ainda mais na periferia, onde o ato de participar concorre com a sobrevivência. Por meio de entrevistas gravadas e posteriormente transcritas, realizadas entre junho de 2018 a dezembro de 2019, foi possível conhecer o histórico de vida de cada depoente desta pesquisa, conectá-los com os momentos históricos que fizeram parte da consolidação do bairro de São Miguel Paulista e analisar fatores comuns entre os depoentes que serviram de motivação para esse engajamento. Aprendizados e desafios da participação também estão descritos nessa pesquisa e, como um dos desafios destacados pelos entrevistados foi a falta de clareza das informações por parte do poder público, apresenta-se nesta dissertação uma escrita acessível, cumprindo assim a função social deste trabalho que é, ao mesmo tempo, um trabalho acadêmico, e, também, um retrato, ainda que parcial, da participação em São Miguel Paulista, no qual teve-se a intenção de que cada depoente, como colaborador desse trabalho, se percebesse entre as linhas e pudesse utilizar as descobertas da pesquisa em seus bairros, movimentos, em sua vida participativa. Dentre as descobertas, podemos destacar o fato de todos os participantes terem tido algum envolvimento prévio com processos coletivos, o que nos faz refletir sobre a importância da cultura participativa em diversos espaços durante a vida de um sujeito. Verificamos, também, que diversos depoentes viram a participação, em um primeiro momento, como um ato de caridade, para, somente após estarem dentro dos processos de participação, entenderem este movimento como espaço político. Espera-se, com esta pesquisa, contribuir para o repensar da cultura da participação e dos processos nas instâncias participativas, e, principalmente, da importância de se ver tais espaços como uma prática política e pedagógica para uma cidadania efetiva