Cenas de dissenso, arranjos disposicionais e experiências insurgentes : processos comunicativos e políticos em torno da resistência de estudantes secundaristas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Francine Altheman lattes
Orientador(a): Ângela Cristina Salgueiro Marques lattes
Banca de defesa: Mônica Rebecca Ferrari Nunes, Tânia Márcia Cezar Hoff, Jean-Luc Moriceau, Marco Aurélio Máximo Prado, André Guimarães Brasil
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/35130
https://orcid.org/0000-0002-1768-7617
Resumo: O objeto de estudo, nesta tese, são os movimentos de insurgência, também conhecidos como mais novos movimentos sociais, com a empiria focada especificamente na insurgência secundarista, que ocupou mais de 200 escolas no Estado de São Paulo em 2015. O objetivo, com a realização desta pesquisa, foi apreender como os processos comunicativos nesses movimentos promovem cenas de dissenso e, consequentemente, transformam os sujeitos envolvidos, no sentido de promover sua emancipação política. Parte-se do pressuposto de que as cenas de insurgência, os acontecimentos e as performances que nelas se desdobram permitem deslocamentos, rearranjos e reconfigurações de modos de legibilidade e inteligibilidade das formas de vida dos sujeitos envolvidos. A perspectiva teórico-analítica que orientou os percursos deste trabalho aposta no entrelaçamento da perspectiva de Rancière acerca das dimensões estéticas e políticas das cenas de dissenso; os dispositivos foucaultianos e os arranjos disposicionais que os constituem, e as experimentações deleuzianas. Outros autores ajudaram a costurar as perspectivas teóricas que fundamentaram esta pesquisa, dos quais os principais foram Judith Butler, José Luiz Braga, Manuel Castells, Georges Didi-Huberman, Maurizio Lazzarato e Peter Pál Pelbart, entre outros. O caminho metodológico trilhado foi composto por três eixos principais: a) a proposta de deixar-me afetar pelo objeto antes da construção teórico-metodológica, tal como formulada por Jean-Luc Moriceau e Richard Soparnot; b) o método da igualdade, de Jacques Rancière, que envolve a reconstrução das cenas de dissenso por meio das narrativas, dos documentos e das produções enunciativas dos agentes envolvidos e c) os dispositivos foucaultianos e os arranjos disposicionais mobilizados em situações de urgência, conforme releitura feita por José Luiz Braga. A proposta, portanto, partiu da reconstrução das cenas de dissenso das ocupações secundaristas, passando pelas análises de seus processos comunicativos, que envolveram as táticas de comunicação dos mais novos movimentos sociais, ou seja, a apropriação das redes sociais digitais, as performances nas ruas, a ocupação de espaços públicos, o corpo-câmera, as produções que envolvem a gambiarra, a experiência estética e a articulação dos corpos insurgentes. Além disso, a análise também explorou os arranjos disposicionais que produzem as cenas de insurgência, envolvendo o confronto policial e as discussões identitárias de gênero, classe e raça. A pesquisa, que foi desenvolvida de forma não linear, como um processo de bricolagem, permitiu chegar ao entendimento de que o movimento secundarista foi uma das grandes insurgências da segunda década do século XXI e promoveu táticas e métodos de comunicação próprios, que engendram as técnicas de si e os processos de individuação. É possível dizer que o movimento secundarista é um processo revolucionário em devir, um levante que ainda pulsa nas produções artísticas, na escrita fabuladora e no fazer político de seus principais atores sociais: a juventude.
id UFMG_1ffe5d669e3da3d1c98939e1d67f5026
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/35130
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Ângela Cristina Salgueiro Marqueshttp://lattes.cnpq.br/5038152185134297Mônica Rebecca Ferrari NunesTânia Márcia Cezar HoffJean-Luc MoriceauMarco Aurélio Máximo PradoAndré Guimarães Brasilhttp://lattes.cnpq.br/3239541135205980Francine Altheman2021-03-08T14:35:06Z2021-03-08T14:35:06Z2020-07-28http://hdl.handle.net/1843/35130https://orcid.org/0000-0002-1768-7617O objeto de estudo, nesta tese, são os movimentos de insurgência, também conhecidos como mais novos movimentos sociais, com a empiria focada especificamente na insurgência secundarista, que ocupou mais de 200 escolas no Estado de São Paulo em 2015. O objetivo, com a realização desta pesquisa, foi apreender como os processos comunicativos nesses movimentos promovem cenas de dissenso e, consequentemente, transformam os sujeitos envolvidos, no sentido de promover sua emancipação política. Parte-se do pressuposto de que as cenas de insurgência, os acontecimentos e as performances que nelas se desdobram permitem deslocamentos, rearranjos e reconfigurações de modos de legibilidade e inteligibilidade das formas de vida dos sujeitos envolvidos. A perspectiva teórico-analítica que orientou os percursos deste trabalho aposta no entrelaçamento da perspectiva de Rancière acerca das dimensões estéticas e políticas das cenas de dissenso; os dispositivos foucaultianos e os arranjos disposicionais que os constituem, e as experimentações deleuzianas. Outros autores ajudaram a costurar as perspectivas teóricas que fundamentaram esta pesquisa, dos quais os principais foram Judith Butler, José Luiz Braga, Manuel Castells, Georges Didi-Huberman, Maurizio Lazzarato e Peter Pál Pelbart, entre outros. O caminho metodológico trilhado foi composto por três eixos principais: a) a proposta de deixar-me afetar pelo objeto antes da construção teórico-metodológica, tal como formulada por Jean-Luc Moriceau e Richard Soparnot; b) o método da igualdade, de Jacques Rancière, que envolve a reconstrução das cenas de dissenso por meio das narrativas, dos documentos e das produções enunciativas dos agentes envolvidos e c) os dispositivos foucaultianos e os arranjos disposicionais mobilizados em situações de urgência, conforme releitura feita por José Luiz Braga. A proposta, portanto, partiu da reconstrução das cenas de dissenso das ocupações secundaristas, passando pelas análises de seus processos comunicativos, que envolveram as táticas de comunicação dos mais novos movimentos sociais, ou seja, a apropriação das redes sociais digitais, as performances nas ruas, a ocupação de espaços públicos, o corpo-câmera, as produções que envolvem a gambiarra, a experiência estética e a articulação dos corpos insurgentes. Além disso, a análise também explorou os arranjos disposicionais que produzem as cenas de insurgência, envolvendo o confronto policial e as discussões identitárias de gênero, classe e raça. A pesquisa, que foi desenvolvida de forma não linear, como um processo de bricolagem, permitiu chegar ao entendimento de que o movimento secundarista foi uma das grandes insurgências da segunda década do século XXI e promoveu táticas e métodos de comunicação próprios, que engendram as técnicas de si e os processos de individuação. É possível dizer que o movimento secundarista é um processo revolucionário em devir, um levante que ainda pulsa nas produções artísticas, na escrita fabuladora e no fazer político de seus principais atores sociais: a juventude.The object of study of this thesis is the movements of insurgency, also known as the newest social movements, with the empirical process particularly focused on the secondary insurgency, that occupied over 200 schools in São Paulo in 2015. The objective of the research is to apprehend how communicative processes in these movements promote scenes of dissent and, consequently, change the involved individuals, in the sense of promoting their political emancipation. It is assumed that scenes of insurgency, and the events and performances that are unfolded at these scenes, allow shifts, rearrangements, and reconfiguration of types of legibility and intelligibility of the involved individuals’ lifestyle. The theoretical-analytical perspective, that guides the paths of this work, relies on the intertwining of Rancière’s perspective on the aesthetical and political dimensions of the scenes of dissent; the foucaultian dispositif and the constituent dispositional arrangements; and the Deleuzian experimentations. Other authors help to sew up the theoretical perspectives that underpin this research, and the main ones are Judith Butler, José Luiz Braga, Manuel Castells, Georges Didi-Huberman, Maurizio Lazzarato, Peter Pál Pelbart, among others. The methodological path was composed by three main axis: a) the proposal of allowing myself to be affected by the object before the theoretical-methodological development, as formulated by Jean-Luc Moriceau and Richard Soparnot; b) the method of equality, by Jacques Rancière, which involves the reconstruction of the scenes of dissent through narratives, documents and enunciative productions of the involved individuals; c) the foucaultian dispositif and the dispositional arrangements engaged in urgent situations, according to the rereading of José Luiz Braga. Therefore, the proposal presumes the reconstruction of the dissent scenes of the secondary students’ occupations, by analyzing their communicative processes, which involve the communication tactics of the newest social movements: the digital social networks’ appropriation, the performances on the streets, the occupation of public spaces, the body-camera, productions that involve gambiarra, the aesthetical experience and the articulation of insurgent bodies. Besides that, the analysis also explores the dispositional arrangements that produce the insurgent scenes, involving the confront with the police and the identity discussions about gender, social class, and race. The research, that was developed in a non-linear way, as a bricolage process, understands that the secondary students movement was one of the major insurgencies of the second decade of the 21st century and promoted their own communication tactics and methods, that engender the techniques of the self and the individuation processes. It is possible to say that the secondary students’ movement is a transforming revolutionary process, an uprising that still lives in artistic productions, in fabulative writings and in political actions by their main social actors: young people.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Comunicação SocialUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIALInsurgência secundaristaMétodo da igualdadeCenas de dissensoArranjos disposicionaisExperiência estéticaProcessos comunicativos da resistênciaCenas de dissenso, arranjos disposicionais e experiências insurgentes : processos comunicativos e políticos em torno da resistência de estudantes secundaristasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALFRANCINE ALTHEMAN_TESE FINAL.pdfFRANCINE ALTHEMAN_TESE FINAL.pdfapplication/pdf23041320https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35130/1/FRANCINE%20ALTHEMAN_TESE%20FINAL.pdf18f5b24c23de659127c9528576cb7ee6MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35130/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD521843/351302021-03-08 11:35:06.186oai:repositorio.ufmg.br:1843/35130TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-03-08T14:35:06Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Cenas de dissenso, arranjos disposicionais e experiências insurgentes : processos comunicativos e políticos em torno da resistência de estudantes secundaristas
title Cenas de dissenso, arranjos disposicionais e experiências insurgentes : processos comunicativos e políticos em torno da resistência de estudantes secundaristas
spellingShingle Cenas de dissenso, arranjos disposicionais e experiências insurgentes : processos comunicativos e políticos em torno da resistência de estudantes secundaristas
Francine Altheman
Insurgência secundarista
Método da igualdade
Cenas de dissenso
Arranjos disposicionais
Experiência estética
Processos comunicativos da resistência
title_short Cenas de dissenso, arranjos disposicionais e experiências insurgentes : processos comunicativos e políticos em torno da resistência de estudantes secundaristas
title_full Cenas de dissenso, arranjos disposicionais e experiências insurgentes : processos comunicativos e políticos em torno da resistência de estudantes secundaristas
title_fullStr Cenas de dissenso, arranjos disposicionais e experiências insurgentes : processos comunicativos e políticos em torno da resistência de estudantes secundaristas
title_full_unstemmed Cenas de dissenso, arranjos disposicionais e experiências insurgentes : processos comunicativos e políticos em torno da resistência de estudantes secundaristas
title_sort Cenas de dissenso, arranjos disposicionais e experiências insurgentes : processos comunicativos e políticos em torno da resistência de estudantes secundaristas
author Francine Altheman
author_facet Francine Altheman
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Ângela Cristina Salgueiro Marques
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5038152185134297
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Mônica Rebecca Ferrari Nunes
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Tânia Márcia Cezar Hoff
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Jean-Luc Moriceau
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Marco Aurélio Máximo Prado
dc.contributor.referee5.fl_str_mv André Guimarães Brasil
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/3239541135205980
dc.contributor.author.fl_str_mv Francine Altheman
contributor_str_mv Ângela Cristina Salgueiro Marques
Mônica Rebecca Ferrari Nunes
Tânia Márcia Cezar Hoff
Jean-Luc Moriceau
Marco Aurélio Máximo Prado
André Guimarães Brasil
dc.subject.por.fl_str_mv Insurgência secundarista
Método da igualdade
Cenas de dissenso
Arranjos disposicionais
Experiência estética
Processos comunicativos da resistência
topic Insurgência secundarista
Método da igualdade
Cenas de dissenso
Arranjos disposicionais
Experiência estética
Processos comunicativos da resistência
description O objeto de estudo, nesta tese, são os movimentos de insurgência, também conhecidos como mais novos movimentos sociais, com a empiria focada especificamente na insurgência secundarista, que ocupou mais de 200 escolas no Estado de São Paulo em 2015. O objetivo, com a realização desta pesquisa, foi apreender como os processos comunicativos nesses movimentos promovem cenas de dissenso e, consequentemente, transformam os sujeitos envolvidos, no sentido de promover sua emancipação política. Parte-se do pressuposto de que as cenas de insurgência, os acontecimentos e as performances que nelas se desdobram permitem deslocamentos, rearranjos e reconfigurações de modos de legibilidade e inteligibilidade das formas de vida dos sujeitos envolvidos. A perspectiva teórico-analítica que orientou os percursos deste trabalho aposta no entrelaçamento da perspectiva de Rancière acerca das dimensões estéticas e políticas das cenas de dissenso; os dispositivos foucaultianos e os arranjos disposicionais que os constituem, e as experimentações deleuzianas. Outros autores ajudaram a costurar as perspectivas teóricas que fundamentaram esta pesquisa, dos quais os principais foram Judith Butler, José Luiz Braga, Manuel Castells, Georges Didi-Huberman, Maurizio Lazzarato e Peter Pál Pelbart, entre outros. O caminho metodológico trilhado foi composto por três eixos principais: a) a proposta de deixar-me afetar pelo objeto antes da construção teórico-metodológica, tal como formulada por Jean-Luc Moriceau e Richard Soparnot; b) o método da igualdade, de Jacques Rancière, que envolve a reconstrução das cenas de dissenso por meio das narrativas, dos documentos e das produções enunciativas dos agentes envolvidos e c) os dispositivos foucaultianos e os arranjos disposicionais mobilizados em situações de urgência, conforme releitura feita por José Luiz Braga. A proposta, portanto, partiu da reconstrução das cenas de dissenso das ocupações secundaristas, passando pelas análises de seus processos comunicativos, que envolveram as táticas de comunicação dos mais novos movimentos sociais, ou seja, a apropriação das redes sociais digitais, as performances nas ruas, a ocupação de espaços públicos, o corpo-câmera, as produções que envolvem a gambiarra, a experiência estética e a articulação dos corpos insurgentes. Além disso, a análise também explorou os arranjos disposicionais que produzem as cenas de insurgência, envolvendo o confronto policial e as discussões identitárias de gênero, classe e raça. A pesquisa, que foi desenvolvida de forma não linear, como um processo de bricolagem, permitiu chegar ao entendimento de que o movimento secundarista foi uma das grandes insurgências da segunda década do século XXI e promoveu táticas e métodos de comunicação próprios, que engendram as técnicas de si e os processos de individuação. É possível dizer que o movimento secundarista é um processo revolucionário em devir, um levante que ainda pulsa nas produções artísticas, na escrita fabuladora e no fazer político de seus principais atores sociais: a juventude.
publishDate 2020
dc.date.issued.fl_str_mv 2020-07-28
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-03-08T14:35:06Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-03-08T14:35:06Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/35130
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv https://orcid.org/0000-0002-1768-7617
url http://hdl.handle.net/1843/35130
https://orcid.org/0000-0002-1768-7617
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FAF - DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35130/1/FRANCINE%20ALTHEMAN_TESE%20FINAL.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/35130/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 18f5b24c23de659127c9528576cb7ee6
34badce4be7e31e3adb4575ae96af679
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1793891094480551936