“Agora é a vez do pixo” : cenas de dissenso e subjetivação política nas relações entre pixação e arte.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Ana Karina de Carvalho Oliveira lattes
Orientador(a): Ângela Cristina Salgueiro Marques lattes
Banca de defesa: Fernando do Nascimento Gonçalves, Laura Guimarães Corrêa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/47284
Resumo: Este estudo busca analisar a abertura, pelos pixadores de São Paulo, de espaços de relação com o mundo da arte, produzindo cenas de dissenso e processos de subjetivação política que guardam potências para a reconfiguração dos nomes, lugares e funções que lhe são comumente destinados. O trabalho foi desenvolvido, entre outros autores e conceitos, a partir do pensamento político de Jacques Rancière, para quem a política é o questionamento dos lugares conferidos hierarquicamente por uma ordem social que impõe um modo de partilha do sensível: a ordem policial. A análise é feita a partir de seis eventos ocorridos entre 2008 e 2012 – três invasões e três convites – que entrelaçaram de forma tensa e conflituosa os universos da pixação e da arte, embaralhando as relações e expectativas até então tidas como dadas para cada um deles. A partir de tal contexto e fundamentação, o objetivo da pesquisa é analisar a criação de cenas de dissenso e os processos de subjetivação política construídos a partir da desidentificação dos pixadores com os nomes a eles atribuídos por instâncias institucionais, jurídicas e artísticas, evidenciando uma polêmica e conflituosa inserção no campo da arte. Para tanto, a construção da análise se dá no sentido de reconstituir as cenas de cada evento a partir dos elementos configuradores de uma cena de dissenso, destacando os atores envolvidos, sua nomeação, a distribuição de lugares, as ordenações das funções e relações, a presença da pixação, a atuação dos pixadores e os desdobramentos. A partir de então, cada evento é analisado em três categorias: as tensões entre consenso e dissenso; as formas de inscrição e visibilidade; e a subjetivação política. São observados os modos como os pixadores nomeiam e encenam um dano, se desidentificam dos nomes e lugares que lhes são dados e demonstram pela argumentação sua experiência e situação, além das formas em que contestam ou negociam com as cenas estabelecidas. Ao final, os eventos são analisados em suas interseções e entrelaçamentos como um processo complexo, a fim de perceber, a partir da trajetória completa, se as formas de visibilidade e tratamento da pixação são transformadas. Os resultados apontam que, embora haja aspectos que demonstrem algumas mudanças na forma de relação, apreensão e apresentação da pixação, elas são muito específicas daquele contexto de aproximação com o campo da arte, não se estendo para outras esferas, especialmente a rua, ambiente comum e cotidiano da pixação.
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A análise é feita a partir de seis eventos ocorridos entre 2008 e 2012 – três invasões e três convites – que entrelaçaram de forma tensa e conflituosa os universos da pixação e da arte, embaralhando as relações e expectativas até então tidas como dadas para cada um deles. A partir de tal contexto e fundamentação, o objetivo da pesquisa é analisar a criação de cenas de dissenso e os processos de subjetivação política construídos a partir da desidentificação dos pixadores com os nomes a eles atribuídos por instâncias institucionais, jurídicas e artísticas, evidenciando uma polêmica e conflituosa inserção no campo da arte. Para tanto, a construção da análise se dá no sentido de reconstituir as cenas de cada evento a partir dos elementos configuradores de uma cena de dissenso, destacando os atores envolvidos, sua nomeação, a distribuição de lugares, as ordenações das funções e relações, a presença da pixação, a atuação dos pixadores e os desdobramentos. A partir de então, cada evento é analisado em três categorias: as tensões entre consenso e dissenso; as formas de inscrição e visibilidade; e a subjetivação política. São observados os modos como os pixadores nomeiam e encenam um dano, se desidentificam dos nomes e lugares que lhes são dados e demonstram pela argumentação sua experiência e situação, além das formas em que contestam ou negociam com as cenas estabelecidas. Ao final, os eventos são analisados em suas interseções e entrelaçamentos como um processo complexo, a fim de perceber, a partir da trajetória completa, se as formas de visibilidade e tratamento da pixação são transformadas. Os resultados apontam que, embora haja aspectos que demonstrem algumas mudanças na forma de relação, apreensão e apresentação da pixação, elas são muito específicas daquele contexto de aproximação com o campo da arte, não se estendo para outras esferas, especialmente a rua, ambiente comum e cotidiano da pixação.This study seeks to analyze the opening, by the pixadores of São Paulo, of spaces of relation with the art world, producing scenes of dissensus and processes of political subjectification that keeps a potential for the reconfigurations of the names, places and functions that are commonly given to them. The work was developed, among other authors, from the political though of Jacques Rancière, for whom the politics is the questioning about the places given by the hierarchy of a social order that imposes a mode of partition of the sensible: the police order. The analysis is made from six events occurred between 2008 and 2012 – three invasions and three invitations – that interlaced in a tense and conflicted way the universes of pixação and art, mixing up the relations and the expectations given to each other until so. From that context and grounding, the aim of the research is to analyze the creation of scenes of dissensus and the processes of political subjectification built from the disidentification of the pixadores with the names assigned to them by the institutional, juridical and artistic levels, evidencing a polemical and conflictual insertion in the field of art. Therefore, the construction of the analysis is given in order to reconstitute the scenes of each event from the elements that configure a scene of dissensus, emphasizing the actors involved, their designation, the distribution of places, the ordinations of functions and relations, the presence of the pixação, the acting of the pixadores and the consequences. From then, each event is analyzed in three categories: the tensions between consensus and dissensus; the forms of entry and visibility; and the political subjectification. The modes as the pixadores name and enact a wrong, disidentify themselves from the names and places that are given to them e demonstrate by argument their experience and situation, beyond the ways in which they contest or negotiate with the established scenes. At the end, the events are analyzed in their intersections and entanglements as a complex process, in order to perceive, from the complete trajectory, if the forms of visibility and treatment of the pixação are transformed. The results indicate that, although there aspects that demonstrate some changes in the forms of relation,seizure and presentation of the pixação, they are very specific of that context of approach with the field of art, not extending to other spheres, specially the street, the common and everyday environment of the pixação.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Comunicação SocialUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIALComunicação - TesesArte de rua - TesesPixaçãoCenas de dissensoSubjetivação políticaPotência políticaVisibilidadeReconfiguração do comum“Agora é a vez do pixo” : cenas de dissenso e subjetivação política nas relações entre pixação e arte.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdissertacao_ana_karina_oliveira.pdfdissertacao_ana_karina_oliveira.pdfapplication/pdf3955846https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47284/1/dissertacao_ana_karina_oliveira.pdfcdb9d4ffefdca86f94275ae36db48740MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47284/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/472842022-11-17 13:44:15.246oai:repositorio.ufmg.br:1843/47284TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-11-17T16:44:15Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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